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Análise: The Escapists: The Walking Dead (PC) é uma combinação de sucesso

O spin-off de The Escapist faz jus á franquia, mas não agradará a todos os fãs da série de zumbis.


Em meados de 2014, através da  Mouldy Toof Studios  chega ao Steam um dos jogos indies mais interessantes dos últimos tempos, The Escapists (PC). Um jogo que o coloca na rotina de um presidiário que se usa  a sua paciência e engenhosidade para tentar sobreviver e, quem sabe um dia, fugir de seu cárcere.  Seguindo o mesmo estilo deste, The Escapists: The Walking Dead (PC) combina o cenário pós-apocalíptico zumbi da série de TV Walking Dead com o visual e mecânicas do The Escapists original. Essa nova versão, na verdade, não se trata de um predecessor, mas sim de um spin-off, que inclusive foi produzido por uma desenvolvedora diferente, o famoso estúdio Team17, que produziu Shaltered (PC) e a franquia Worms.

A história do game segue os eventos da série de TV, onde o ex-policial Rick Grimes lidera um bando de sobreviventes, através de um mundo pós-apocalíptico cercado de ameaças, no qual os maiores inimigos não são os zumbis, mas sim a própria humanidade.

Semelhante ao The Escapist, o jogo possui um estilo vistoso e minimalista de arte, toda feita em pixels de 8-bit, que lembram os nostálgicos gráficos dos videogames dos anos 80.

Às vezes, precisamos passar dos limites

O game possui uma totalidade cinco diferentes cenários, cada um deles correspondendo a um dos arcos da história original da série, que incluem: o Hospital Harrison Memorial, a fazenda da família Greene, a prisão Meriwether, Woodbury e Alexandria.

Durante a jogatina, você controla Rick, um ex-policial que estava em coma em um hospital durante o ápice da epidemia zumbi e, quando acorda, se descobre sozinho em um mundo totalmente mudado. E é extamente nesse hospital que sua luta pela sobrevivência começa.

A primeira fase serve como um tutorial, que ensina a maior parte das mecânicas básicas do game como movimentação, a maneira de interagir com itens e como combiná-los. E, apesar das lutas contra os mortos-vivos serem inevitáveis, este primeiro estágio serve para deixar claro que o título está longe de ser um jogo de ação, focando-se em construção, estratégia e sobrevivência.

No início, você terá á disposição somente um personagem, mas, pouco antes de prosseguir para a segunda fase, a fazenda da família Greene, Rick reencontra sua esposa, filho, entre outros personagens, que poderão ser controlados indiretamente pelo jogador e é a partir daí que a jogatina começa para valer.

Caindo na rotina

Pode até ser irônico, mas, durante o gameplay, você terá de seguir uma rotina diária que vai desde realizar discursos incentivadores até lavar as roupas de seus companheiros. Realizar este tipo de atividade aumenta a moral dos membros do grupo e lhe dá opção de requisitar o auxílio deles quando você considerar necessário.


Outra maneira de aumentar a moral do grupo e deixá-los felizes é realizando missões. Com exceção dos primeiro estágio, em todas as fases há, pelos menos, uma missão requerida por cada um dos personagens. Essas empreitadas são opcionais, porém, concluí-las não só faz com que se ganhe a confiança do personagem em questão, como também faz com que este lhe premie com uma quantia em dinheiro, que pode ser gasta posteriormente com traficantes de armas.

Sua principal meta dentro do jogo, todavia, não são as missões fornecidas pelos membros do grupo, mas sim cumprir os objetivos, que ilustram a história da série e permitem que você progrida em sua jornada. O último objetivo do estágio sempre envolverá um grande combate ou uma fuga mirabolante, logo você precisa se preparar.

Visando isto, você poderá encontrar mais de 200 tipos de itens diferentes espalhados pelos cenários e realizar, pelo menos, 70 diferentes combinações que resultam em ferramentas e armas que serão essenciais para avançar em sua jornada, além de contribuir para a sua sobrevivência.

O problema é que, apesar das fases não serem grandes, muitos destes equipamentos são difíceis de encontrar. Além do mais, sair de seu refúgio é sempre algo arriscado, uma vez que há centenas de  zumbis lá fora, só aguardando um mínimo deslize seu para fazer sua próxima refeição.

No game, cada um dos personagens possui três atributos distintos: força, velocidade e inteligência. A força faz com que você aumente seu dano com armas brancas, a velocidade determina o quão rapidamente você pode se movimentar e a inteligência, quais itens você é capaz de construir. Cada um desses atributos, respectivamente, pode ser aumentado através das atividades: dar golpes em saco de areia, correr na esteira elétrica e, pasmem, jogar videogames.

Sempre achamos que vamos ter mais tempo

A passagem do tempo é um elemento muito importante dentro jogo, pois determina o momento de executar suas tarefas diárias (cada segundo no mundo real corresponde a um minuto dentro do jogo). Apesar do tempo aparentar passar rapidamente, não há pressa demasiada em concluir tanto as missões quanto os objetivos, mas, ao mesmo tempo, é melhor não descuidar demais, pois a probabilidade de um ataque zumbi irá aumentar a cada dia que passa.


It's a trap

The Escapists: The Walking Dead é um jogo tão divertido e interessante quanto a sua versão original, porém, ela também exige muito tempo e paciência por parte do jogador, além de pensamento estratégico e imaginação fora do normal para dar conta de algumas missões. Em outras palavras, o jogo irá agradar os amantes de crafting e estratégia, mas irá decepcionar o fãs de jogos de ação envolvendo a temática zumbi.


Prós

  • Uma estilosa arte em gráficos 8-bit
  • Desafios criativos
  • Fiel à história da série

Contras

  • Exige muita paciência e dedicação
The Escapists: The Walking Dead – PC – Nota: 7.0
Revisão: Jaime Ninice


Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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