Jogamos

Análise: The Book of Unwritten Tales 2 (Multi): Os contos de fadas nunca escritos ganham vida mais uma vez

Viaje para o mundo de Aventasia e se junte a um inusitado quarteto em uma comédia point-and-click contra o mal.


Imagine um conto de fadas que consegue brincar com os clichês e formatos que as histórias desse estilo seguem a anos. Ou melhor, não precisa imaginar.


Basta começar a jogar The Book of Unwritten Tales 2 (Multi) para perceber que a aventura que começa será regada a elfos, gnomos, criaturas mágicas e muitas risadas. Isso resume muito bem o jogo, uma aventura point-and-click bem-humorada que fará o jogador se apaixonar pelo seu mundo e personagens.

A Hora da Aventasia

Começando imediatamente onde a aventura anterior parou, o segundo jogo faz uma breve introdução à história, deixando um pouco perdido aqueles que não jogaram o primeiro título da série. E como os consoles não o receberam, é fato que isso ocorrerá com a maioria dos gamers.
A bela Aventasia.
Então, senta que lá vem história. O mundo de Aventasia foi devastado anos e anos por uma guerra. Uma aliança entre humanos, elfos e anões foi criada para combater o terrível exército das sombras que tinha como meta dominar a maior área possível do país. Durante muito tempo nenhum dos dois lados teve qualquer tipo de vantagem e o país sofria mais e mais com as infindáveis disputas.

Foi então que um velho arqueologista encontrou algo que mudaria tudo, o lendário Artefato do Destino Divino (Artefact of Divine Fate), capaz de decidir o destino da guerra com apenas um desejo.

Foi então na aurora dessa descoberta que o mago Munkus, filho da bruxa Mortoga, em nome do exército das sombras, decidiu ir atrás do artefato, mas não antes de ser impedido por um inusitado quarteto de heróis vindo da aliança entre os povos.
Conhecendo um pouco da história.
O jovem gnomo Wilbus, a princesa elfa Ivo, uma estranha criatura chamada Critter e o narcisista (e humano) Nate formam o grupo de heróis que conseguiu impedir Munkus de tornar seus planos malignos realidade.

Depois de inúmeros acontecimentos chegamos enfim à segunda aventura. Desta vez, nossos heróis estão separados vivendo novas aventuras ou de volta a seus reinos de origem. Assim, acompanhamos a história deles em separado até que alguns eventos formem mais uma vez a aliança.

O ponto de partida desta segunda aventura surge quando o caminho dos heróis cruza com uma estranha magia que está transformando bestas em bichos de pelúcia e castelos em casas de bonecas. Resta então descobrir quem está por trás desse maléfico plano. Seria o exército das sombras mais uma vez?

Aponte e vá

A mecânica de jogo segue um estilo bastante conhecido por quem acompanha os jogos recentes do gênero. Aqui controlamos os personagens e interagimos com alguns elementos dos cenários.

Todos os elementos interativos são marcados para que seja fácil distinguir o que pode esconder uma pista ou um item útil para se avançar, e eles serão extremamente importantes na jornada.

O crucial aqui é vasculhar tudo, pois deixar passar algo pode fazer o jogador encalhar em alguma parte por ter deixado de clicar naquele item escondido ou de ter pego alguma dica de um personagem.
Coloridos cenários dão um charme todo especial ao jogo.
Os cenários são retratados com cores fortes e vibrantes, deixando-os com vida, parecidos realmente que saíram de um conto de fadas. As mais diversas criaturas habitam os diferentes reinos por onde a aventura passa e somos apresentados a ogros de duas cabeças, ratos falantes, pôneis que voam, livros que dão conselhos médicos, etc.

Outra dica é falar com todo mundo e explorar todas as opções de conversa. Informe-se sobre tudo, pois algo dito por alguém em um momento pode ser lembrado pelo seu personagem mais para frente ao se deparar com um desafiante quebra-cabeça. Portanto seja insistente e explore.

Apesar de todas as qualidades, há alguns defeitos a serem citados. O principal deles é o problema de colisão. Por algumas vezes vemos os personagens atravessarem objetos como pequenas mesas e cadeiras. Outro ponto a se citar é a interação com eles, sendo necessário estar no lugar certo para que isso ocorra, senão, mesmo que você esteja quase que corretamente posicionado, o personagem irá sair do lugar, dar uma volta e parar praticamente onde estava. Um pouco estranho.

Porém, mesmo com esses pequenos problemas, a grandiosidade da aventura não acaba sendo ofuscada e o humor que o título carrega deixa tudo com um ar descompromissado.

Eu entendi essa referência

Mais uma dica para quem for jogar The Book of Unwritten Tales 2: fique atento em tudo a sua volta, você verá algumas referências que fará um sorriso brotar em seu rosto.

Com tanta influência no jogo, os desenvolvedores resolveram deixar algumas surpresinhas, os famosos easter eggs. Para os mais atentos é possível conferir objetos, frases e outras surpresas saídas diretamente de seu jogo, desenho, série, filme ou conto favorito.
Reconhece a espada?
Para citar alguns deles temos a aparição das espadas de He-Man, de um famoso personagem da série Final Fantasy e da versão pixelada de Minecraft.

Há também citações de frases que remetem a Doctor Who e até mesmo à série Monkey Island, famoso título point-and-click que pode ter servido de inspiração para a desenvolvedora do game.

Sequência mais que recomendada

The Book of Unwritten Tales 2 é um jogo que não se leva a sério. Criaturas mágicas e mundos de fantasias se misturam à comédia e referências do universo pop na medida certa. Tudo isso temperado por uma jogabilidade point-and-click leve e descontraída para quem já está acostumado ao gênero ou aos que estão se aventurando pela primeira vez.

Os pequenos problemas acabam sendo ofuscados pelas qualidades inegáveis do título. A divertida trama e os carismáticos personagens guiam o jogador até o final em uma jornada gratificante e desafiadora.

Um título mais que recomendado, e para aqueles que não jogaram o primeiro game fica a dica para ir em busca das origens das aventuras em Aventasia.

Prós

  • História divertida;
  • Excelentes referências ao universo dos games, RPGs e literatura;
  • Ótimos gráficos;
  • Quebra-cabeças desafiadores.

Contras

  • Alguns puzzles podem frustrar o jogador menos persistente;
  • Problemas de colisão de objetos e física.
The Book of Unwritten Tales 2 – PS3/PS4/X360/XBO/PC/Mac/Linux – Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Xbox One
Revisão: Vítor Tibério
Capa: Diego Migueis

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google