Analógico

Analógico: Cuidado com o Amuleto da Dependência!

Muitas vezes, durante sua jornada, um herói se depara com um artefato misterioso. Ao possuir esse objeto, ele se torna incrivelmente fo... (por Unknown em 08/02/2013, via GameBlast)

Muitas vezes, durante sua jornada, um herói se depara com um artefato misterioso. Ao possuir esse objeto, ele se torna incrivelmente forte e poderoso. Porém, como diz o ditado “Nem tudo que reluz é ouro” e o que o aventureiro achava que era uma dádiva poderosa, pode acabar se tornando uma maldição terrível. Isso é o que chamamos de Amuleto da Dependência, e está na hora de entendermos mais sobre esse conceito interessante e tão presente no mundo das histórias e, em especial, nos jogos eletrônicos.

A maior força e a maior fraqueza

Ele é um dos elementos mais importantes para conduzir uma trama ou uma narrativa. O Amuleto da Dependência é uma das ideias mais utilizadas nas histórias em diversas áreas: desde a literatura, cinema e até em jogos. O Amuleto, em questão, é um objeto, substância ou artefato encontrado ou mesmo criado por um personagem em um determinado ponto da trama. Em um primeiro momento, esse objeto confere ao seu usuário um poder incrível e características únicas, tornando-o praticamente invencível e capaz de superar qualquer obstáculo. Até aí, tudo bem. Mas o problema é que, quando o herói (ou vilão) se depara com um objeto tão fantástico assim, é difícil prosseguir em sua jornada sem ele. Mesmo quando o seu amuleto acaba se tornando uma maldição.

O "Um Anel" de O Senhor dos Anéis: um tipo de Amuleto da Dependência
No momento em que um objeto de tanto poder torna-se perigoso para seu usuário e para todos os outros usuários, fica difícil destruí-lo ou mesmo se desfazer dele. O Amuleto assume a forma de uma ameaça a quem o possui e pode produzir consequências catastróficas! Mas antes que exemplifiquemos casos em que nitidamente percebemos a presença de um Amuleto da Dependência, é preciso conhecer as outras facetas dessa ideia. O conceito desse objeto tão incrível e perigoso possui muitas outras denominações e similaridades com outros conceitos já bem conhecidos e outros meio obscuros.

A seguir, os principais tipos de Amuletos da Dependência e suas principais características. Além de exemplos desses objetos que estão presentes em filmes, livros e jogos:
  •  O Calcanhar de Aquiles: Como o próprio nome diz, a ideia é derivada diretamente da lenda de Aquiles: o herói da mitologia grega, que combateu na guerra de Troia e era dito invencível. Porém, ele possuía o calcanhar frágil (pois era a única parte de seu corpo que não havia sido banhada nas águas do rio Styx, que conferia aos seus usuários invulnerabilidade), acabando por morrer por causa de uma flechada direta em seu ponto fraco. Ou seja, todo personagem forte e imbatível sempre terá uma fraqueza. Sua força (e sua fraqueza) é seu Amuleto da Dependência.
  • O Artefato da Atração: Esse tipo de Amuleto é um dos mais perigos ao usuário ou a um grupo específico que o possui. Normalmente é um artefato tão fantástico e poderoso que é cobiçado por muitos e pode levar a paranoias, loucuras e mortes a aqueles que batalharem para obtê-lo. Muitas vezes é a causa da dissolução de amizades ou parcerias.  Um exemplo desse tipo de Artefato é a famosa garrafa de Coca-Cola do clássico filme Os Deuses devem estar loucos (1980).
  • O Artefato da Morte: Um Amuleto mortal (literalmente)! Quando o usuário obtém esse item, ele se torna dotado de grandes poderes, mas que possuem um preço muito caro: sua própria vida! Normalmente, ao utilizarem as habilidades do artefato, os personagens estão cientes que irão sacrificar a vida ao fazê-lo, mas vale tudo por poder, não é? A Varinha das varinhas, um dos itens mais poderosos presentes na saga do bruxo Harry Potter é um exemplo de um Artefato da Morte.
  • O Artefato da Perdição: Esse Amuleto é uma peça traiçoeira. É visto pelo usuário como um objeto inanimado simples, mas muito poderoso. Ainda assim, ele é dotado da essência ou alma de algum vilão que quase sempre utiliza a energia vital do personagem para se fortalecer e, nesse meio tempo, enlouquecê-lo, torturá-lo ou causar a sua morte de uma forma terrível. Um exemplo de Artefato da Perdição é a cobiçada Joia das Quatro Almas, presente no mangá e anime de sucesso Inuyasha.
  • O Indutor de Imortalidade: Talvez o tipo de Amuleto mais dependente dessa lista, pois uma vez que tal objeto é encontrado ou criado pelo personagem, o Amuleto lhe garante vida eterna. Essa dádiva pode ser concedida a apenas um ou vários indivíduos. O problema é que caso o personagem perca o objeto ou não tenha mais os poderes dele, a morte voltará a espreitar o seu caminho. O retrato do jovem Dorian Gray, do clássico da literatura O Retrato de Dorian Gray é um exemplo de um Indutor de Imortalidade.
  • A Profana Espada Sagrada: Muitas vezes, heróis costumam se deparar com uma arma poderosa e, por ter características sagradas, ele a utilizam no campo de batalha massacrando seus inimigos e destruindo a forças do mal. Por pensar que a moral e o bem estão ao seu lado quando comete atos violentos um tanto questionáveis (mesmo que seja com demônios ou outras criaturas perversas), o personagem pode não perceber que a arma o tornou uma marionete nas mãos do vilão que deseja corromper sua boa índole. Um exemplo bem conhecido de uma Profana Espada Sagrada é a poderosa e mortal Frostmourne, a espada conquistada pelo príncipe Arthas em Warcraft III.

Grandes poderes, enormes perigos

O mundo dos jogos está repleto de exemplos do Amuleto da Dependência. Por ser um elemento tão versátil em seus atributos e possuir as mais diversas formas, quase todas as histórias que tratam de aventuras de heróis em busca de artefatos ou guerreiros que possuem itens que os ajudam no combate tem relação com esse famoso amuleto.

Sem lanterna, hora de correr!
Um exemplo de um clássico Amuleto da Dependência é a famosa lanterna de Alan Wake. Na jornada tenebrosa desse escritor famoso por um mundo de sombras destorcido, sua lanterna é a fonte de seu poder para afastar a escuridão e destruir seus inimigos. Porém, se o personagem a perder, ele não terá outra escolha a não ser fugir. E correr rápido pra caramba!

Phazon: uma substância perigosa

Já na série Metroid Prime, temos o Phazon: uma substância tóxica que causa mutações e corrompe aqueles que toca, enquanto lhes fornece um enorme poder ao mesmo tempo. Aqui temos um exemplo de um Amuleto do tipo “Calcanhar de Aquiles”, já que apesar de garantir habilidades fantásticas ao usuário, a substância gera fraquezas como a perda gradual da energia vital dos indivíduos. O Phazon foi muito utilizado pelos vilões para criar criaturas mutantes (que resultaram em experiências instáveis) e para utilizar a toxina como arma.

Os poderes da força do guerreiro Starkiller, na série Star Wars: The Force Unleashed, são uma representação do Amuleto do tipo “Profana Espada Sagrada”. O jovem é treinado para utilizar os poderes do lado Negro da Força e, acreditando que está cumprindo missões regulares e trazendo ordem para a galáxia, o guerreiro caça e assassina vários Jedi e membros da Aliança Rebelde. Uma pena que ele acaba descobrindo tarde demais que, usando essas habilidades para tal fim, ele estava sendo manipulado pelo seu próprio mestre, o temível Darth Vader.

O poder do Lado Negro da Força é muito tentador e perigoso
Objetos como o The Marker, a fonte de energia misteriosa de origem alienígena em Dead Space e a Triforce, o elemento mais poderoso do universo de Zelda, podem ser vistos como Amuletos do tipo “Artefatos da Atração”. Ambos esses objetos geraram cobiças, guerras e mortes entre aqueles que desejaram possuí-los ou utilizar seus poderes. Sejam os aterrorizantes necromorphs ou as incontáveis vidas perdidas nas batalhas contra os demônios de Ganon, todos os envolvidos nessas histórias sofreram terríveis consequências em busca de um poder que estava além de seus limites.

The Marker e a Triforce: clássicos Artefatos da Atração

Hora de se libertar (ou não)!

Depois de tantas explicações e exemplos, podemos perceber como o Amuleto da Dependência é um objeto tentador, apesar de ser muito perigoso. Será então que haveria alguma maneira de se livrar de tal problema e não cair na perdição? Infelizmente, parece que não. Esse tipo de artefato é um mal necessário. Toda boa narrativa ou trama de história faz uso desse elemento tão conturbado. Sem sua presença, muitas jornadas nem sequer teriam começado.

Seja herói ou vilão, é preciso perceber quando nos deparamos com um Amuleto da Dependência. O grau de necessidade do uso do objeto vai variar dependendo do enredo e da personalidade daquele que o possui. Porém, quando mais se faz uso de um poder, mais dependente dele ficamos. E, em pouco tempo, torna-se impossível prosseguir em uma aventura sem nosso precioso “Amuleto” por perto. Então, talvez a melhor dica em relação a esse objeto tão traiçoeiro seja essa: utilize-o, mas prepare-se para o pior.

E Lembrem-se: se encontrarem um objeto mágico, de grande poder e que lhe permitirá transpor qualquer obstáculo, não hesite em utilizá-lo, mas tenha cuidado. Uso-o com moderação. Talvez nunca se saiba quando esse artefato poderá levar o seu dono à completa perdição.

Revisão: Rafael Neves

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Bela matéria. A Shikon no Tama é um exemplo excelente, principalmente porque não é a alma de um único vilão, mas de milhares de youkais presos dentro dela lutando contra uma sacerdotisa pela eternidade. E mais o Magatsuhi, que é a encarnação da energia negativa gerada pela jóia.

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  2. Hum, boa matéria, mas acredito que houve um engano quanto ao exemplo dado para definir o artefato da morte, pelo que lembro da saga, a varinha das varinhas tá mais para artefato da atração do que artefato da morte, pois a varinha em si não mata o bruxo, mas sim a cobiça dos outros bruxos que fazem de tudo para consegui-la.

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