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Análise: Runner 3 (Multi) é diversão e agilidade na batida certa

Embarque em mais uma eletrizante aventura do bravo Commander Video!



Para quem achava que as aventuras em alta velocidade de Commander Video tinham acabado, preparem-se para muito mais! Um dos maiores símbolos dos games indies está de volta em mais um game divertido e desafiador. Junte-se a esse intrépido herói e seus companheiros em uma aventura inusitada que vai testar os limites de seus reflexos!

Corra Commander Video!

Antes de começarmos a falar sobre as incríveis novas aventuras de nosso intrépido herói digital, é altamente recomendável que você experimente Bit Trip Runner 1 ou 2. O primeiro game da franquia é um dos melhores indies já feitos no gênero “infinite runner” e consegue unir diversão, nostalgia e dificuldade na medida certa. Já o segundo game conseguiu levar todos esses elementos além, junto com uma boa dose de comédia e gráficos leves e divertidos.




Ao longo dos games, o jogador acompanha a jornada do corredor alienígena Commander Video e seus fiéis companheiros como sua namorada Video Girl e até mesmo o famoso Super Meat Boy para combater os planos do malvado Timbletaunt. Para isso, nosso herói precisa usar suas habilidades de corredores para atravessar os cenários mais malucos e psicodélicos imagináveis para alcançar a linha de chegada.

E em Runner 3, a história não é diferente, mas nem por isso deixa de ser menos engraçada e de servir de ótimo pano de fundo para justificar toda a corrida desenfreada de Commander Video. Nosso herói deixa para trás suas férias com sua querida Video Girl para investigar os problemas que estão correndo em diferentes partes do mundo e deter os planos malignos de Timbletaunt. Espere encontrar desde terras feitas de comida até terrenos mal-assombrados. Normal é uma palavra que você não irá encontrar nesse jogo.




Definitivamente uma das melhores adições que os desenvolvedores mantiveram desde a segunda entrada da franquia foi nosso querido Charles Martinet (o dublador de Mario) como o narrador do game. A voz de Charles captura perfeitamente o tom de comédia do jogo e consegue quebrar o gelo nos momentos certos quando o jogador pode querer socar o game por ter de repetir um curso pela décima quinta vez.

Não é uma corrida qualquer

Um questionamento que muitos tiveram quando Runner 3 foi anunciado era se realmente havia a necessidade mais uma entrada na franquia. Afinal o gênero “infinite runner” já é um estilo de jogo meio “engessado”, em que não existem quase espaços para modificações ou novidades e praticamente tudo que podia ser explorado dele já foi. Mesmo Bit Trip Runner 2 não trouxe nada de muito inovador ao gênero, com a exceção de um estilo gráfico único e algumas mecânicas diferenciadas.




Sendo assim, a pergunta que ficava pairando no ar era: seria Runner 3 apenas mais do mesmo? Sim e não. Todos os elementos que fizeram de Bit Trip Runner um sucesso estão lá: a ótima curva de dificuldade e desafio, as músicas que combinam com o ritmo da corrida e toda a maluquice da história. Porém, Runner 3 inova na forma como os níveis desafiam a agilidade e a sensação de perspectiva espacial do jogador.

Em comparação com o título anterior, por exemplo, Runner 3 possui um alto nível de dificuldade mesmo nos primeiros níveis. Isso ocorre por causa de dois motivos: novas mecânicas de movimento e o level design. Enquanto nos títulos anteriores os níveis eram uma linha reta constante (mesmo os gráficos tridimensionais de Bit Trip Runner 2 não tentaram modificar o estilo criado pelo primeiro título), em Runner 3 o cenário dá muitas voltas.




Commander Video nunca estará correndo apenas da esquerda para a direita, como também pode correr no sentido inverso, ou mesmo ter a câmera movida para trás de si enquanto entra em um carrinho de mineração em uma rota alucinante. Também é possível rebater saltando em pontos da parede e a mecânica de poder aterrissar no meio do pulo certamente cria situações únicas para que o jogador tente coletar todas as barras de ouro no nível e consiga acessar a fase bônus.

Além disso, para tornar os estágios mais diversificados e aumentar o fator de rejogabilidade além de tentar pegar todas as barras de ouro, a estratégia foi adicionar caminhos alternativos que podem ser desbloqueados quando você completa tarefas específicas ou até “Gems run”, em que se corre tentando coletar todas as gemas do nível para desbloquear novos personagens. Todos os personagens possuem as mesmas habilidades, então se trata apenas de skins diferentes em que a diferença se encontra nos passos de danças que cada um faz (e sim, existe até uma skin do Charles Martinet).




Certamente uma das inovações que não está fazendo tanto bem quanto se podia imaginar à série é sua evolução gráfica. O primeiro Bit Trip Runner tinha um visual bizarro mas, ao mesmo tempo simples e limpo, permitindo que o jogador pudesse se concentrar exclusivamente na corrida do personagem e nos obstáculos em seu caminho. Runner 3 tem tantos elementos em seus cenários que tentar focar a atenção somente no corredor é um dos maiores desafios do game.

Além disso, o excesso de elementos gráficos provoca alguns engasgamentos e delays de resposta dos controles no jogo - algo inadmissível em um game do gênero “infinite runner” em que tempo de resposta das entradas e saídas do jogo é essencial para seu bom desempenho e experiência de usuário. Foram vários os momentos em que um controle não era executado no tempo correto e era possível ter a nítida sensação de que não era falta de coordenação do jogador, mas sim o desempenho gráfico do game.


Não dá pra ficar parado

Runner 3 pode parecer mais do mesmo que se podia esperar em um game do estilo “infinite runner”, mas seus elementos inovadores e as mecânicas adicionais de corrida (aliados a uma história muito maluca) destacam o game entre seus semelhantes. Além disso, quem já se divertiu com os títulos anteriores certamente dará boas risadas e enfrentará grandes desafios para chegar face-a-face com o terrível Timbletaunt. Então vista Commander Video com sua característica capa colorida e corra!


Prós

  • Diferentes caminhos nos níveis;
  • Mudança de perspectiva nos cenários.

Contras

  • Excesso de elementos visuais;
  • Delay e engasgamentos.

Runner 3 - PC/PS4/Xbox One/Switch - Nota: 8.0
Versão utilizada na análise: PC

Revisão: Júlio César
Análise produzida com cópia digital cedida pela Choice Provisions


Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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