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Análise: Battle Chasers: Nightwar (Multi), a incrível retomada dos clássicos

Battle Chasers traz o clássico estilo de combate em turnos, presentes em antigos jogos de rpg, com um incrível visual.

Baseado numa série de quadrinhos de mesmo nome criados por Joe Madureira, o jogo começa a partir do final que ficou em aberto na obra original. Ele será lançado no dia 3 de outubro, criado pela Airship Syndicate e  lançado pela THQ Nordic, o jogo começou através de uma campanha da Kickstarter.


A história e motivação

Battle Chasers: Nightwar (Multi), começa com o grupo de heróis sofrendo um ataque aéreo enquanto viajavam em sua aeronave. Porém, três dos personagens acabam caindo, mas são salvos por Knolan, o mago do grupo, que os teleporta para o chão em segurança e acaba separando os heróis.


Após esses eventos conhecemos os heróis, com personalidades e classes diferentes, que então começam a procurar a aeronave caída e seus amigos pelo continente. Enquanto avançam descobrem segredos sobre a região e acabam entrando em uma nova aventura. A história que o jogo apresenta é muito boa e consegue prender bem o jogador, assemelhando-se bem a história dos antigos RPG.

Apesar disso a história não é linear e é descoberta por itens chaves, lugares e elementos secretos no mapa, proporcionando um conhecimento maior para o jogador sobre o Lost Vale, lugar onde caíram. Elementos que são importantes para a história ocorrerem durante as excelentes animações apresentadas no jogo.


Clássico com estilo

Além da sua história o jogo possui um visual incrível, o traço remete um pouco aos famosos animes, com excelente design para os personagens, inimigos e lugares. O jogo também é muito bem colorido, com cores vivas e fortes, que se combinam e trazem uma certa harmonia enquanto avançamos pelo jogo.

O design dos heróis é excelente e entra em harmonia com a coloração utilizada, mantendo o visual apresentado nas HQ. Os inimigos possuem bons designs, mas como todo RPG antigo, alguns apenas mudam a coloração ou ganham uma mudança mínima. O cenário do mapa é belo, possuindo variações, mas durante as batalhas os cenários acabam se repetindo, mantendo a região, mas não os detalhes do local.


A trilha sonora presente no jogo é bem animada, contando com mudanças súbitas durante alguns momentos do jogo. Essa trilha sonora animada acaba incentivando o jogador além de se mesclar ao design e coloração dos ambientes, fazendo com que o jogo honre os antigos RPG, mas ao mesmo tempo nos agrade com suas melhoras.

Boardgame de uma pessoa só

A principal mecânica do jogo é o mapa, que permite ao jogador explorá-lo até um determinado ponto. O mapa se assemelha muito ao de um boardgame (jogo de tabuleiro), nos permitindo saber onde estão os locais, tesouros e inimigos. Não precisamos nos preocupar com a surpresa de onde o inimigo irá aparecer, mas devemos estar sempre preparados para a quantidade e a força dos inimigos.






















As dungeons possuem três níveis de dificuldade, contendo armadilhas, tesouros e segredos que se revelam ao usar as habilidades únicas de cada personagem. Além disso, aliados e inimigos aparecem no mapa e nas dungeons de forma aleatória, o que exige que o jogador se prepare para sobreviver. O cenário possui um papel importante, escondendo chaves, alavancas, lores e outros artefatos que ajudem a liberar caminho ou contar a história do mundo.

Como a maioria dos bons e velhos RPG, o jogo conta com um sistema de criação de armas e equipamentos e um sistema de encantamento, que é bem simples para todos. Podemos comprar armas e equipamentos na cidade principal, descansar na estalagem, pegar missões com os NPC ou apenas bater papo.

O combate segue o princípio do clássico tatic-turn, (tática por turno), onde os jogadores ficam de um lado, o inimigo de outro e o jogador escolhe as ações de cada personagem. A iniciativa ocorre por turno, contendo buffs e debuffs randomicamente nos espaços da iniciativa, o que torna ainda mais interessante os combates. A jogabilidade é bem suave, o que permite que as interações ocorram de forma rápida e prática, auxiliando o jogador em sua exploração.

Os problemas identificados que notei enquanto jogava, foram a tela de carregamento que, em alguns momentos, demora bastante mas que pode ser explicada pela quantidade de informações presentes no mapa e dungeons presentes. Além da repetição gerada pelo grande número de  combates, somos bombardeados com inimigos, alguns muito poderosos que fazem a batalha ser repetitiva por um bom tempo.

Cada um é único

Cada personagem presente no jogo tem uma habilidade única inicial, que ajuda durante a exploração e outra que desbloqueia ao chegar no nível 10. Essas habilidades podem ser usadas em qualquer momento, mas apenas seis vezes por dia. Além disso, cada um possui habilidades únicas que vão sendo desbloqueadas à medida que seu nível vai aumentando.

Além disso, cada um deles possui duas árvores de talentos que podem ser escolhidas ao gastar pontos que ganhamos passando de nível. Esses talentos melhoram os status básicos do personagem, como ataque, defesa e vida. Cada personagem consegue carregar uma arma, uma armadura, um anel e dois acessórios, que também aumentam suas habilidades básicas.

Ainda podemos equipar os personagens e moldá-los para o nosso agrado. As habilidades normais do personagem gastam a mana, mas junto a isso existe uma segunda barra no canto esquerdo que enche com cada ação utilizada e permite, a um personagem apenas, utilizar um especial, tendo cada personagem  diferentes efeitos, após o uso a barra esvazia.

Essa variação de personagens é interessante, pois faz com que usemos todos os personagens, aproveitando ao máximo suas habilidades, sendo a progressão dos personagens bem parecido com o sistema de nível do RPG de mesa. Porém, achei o número de personagens pequenos, com um total de seis, o que pode ser para alguns cansativo.

Volta ao passado

Battle Chasers consegue deixar o jogador curioso sobre a história de cada personagem, além da própria história do mundo, assim como a conclusão do enredo. Apesar da demora entre os carregamentos, nos fazendo perder tempo esperando um pouco e das batalhas se tornarem um pouco repetitivas, o jogo traz excelente diversão.

Battle Chasers: Nightwar é um excelente jogo para o estilo de jogos RPG, utilizando as mecânicas do gênero e trazendo adicionais e personagens carismáticos. O jogo consegue apresentar uma história excelente utilizando como base a da HQ, conseguindo atrair jogadores novos e veteranos, além das pessoas que já leram os quadrinhos. Um excelente jogo para todos os fãs. Nightwar vale a pena por sua diversão, gráficos e história.

Prós:

Belos gráficos;
História interessante;
Mecânicas nostálgicas de RPG;
Sistema de habilidades e equipamentos;
Jogo traz bastante diversão;
Excelente para casuais e fãs ávidos da série.

Contra:

Tela de carregamento lenta;
Batalhas um pouco repetitivo.

Battle Chaser: Nightwar — PS4/XBO/PC/Mac/NS — Nota: 9
Versão utilizada para a análise: PS4

Revisão: Diogo Mendes

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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