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Análise: Phantom Trigger (Switch/PC) mistura realidades, ação e muitos combos

Com elementos de RPG, roguelike e hack and slash o game diverte, ainda mais cooperativamente com um amigo, mas peca pela repetição.


"Hoje é o primeiro dia do resto de nossas vidas". É com essa mensagem que Phantom Trigger começa. Stan está em casa com sua esposa tomando café da manhã quando, de repente, desmaia. Logo em seguida, nós nos deparamos com um mundo paralelo, em um acampamento repleto de criaturas estranhas.

Phantom Trigger mistura realidades de forma bizarra. Ora estamos no mundo real tentando entender o que está acontecendo com Stan, ora voltamos nesse mundo alternativo, conhecido como Neon, no qual toda a ação do jogo se passa. Durante a jogatina, há flashbacks do protagonista no hospital. No início, as cenas não parecem ter muito sentido, inclusive você precisa responder perguntas para o médico e sua esposa, mas logo perceberá que o maior inimigo do jogo é o próprio Stan. E ele está perdendo o controle.


Este mundo Neon está conectado a ele. Lá, Stan é conhecido como Forasteiro e interage com criaturas estranhas, como um sapo parrudo, uma humanoide chamada Formiga e outros seres. Eles são parte do protagonista e de sua história, e o desenrolar da trama deixa isso claro. Não é o melhor dos enredos, mas uma justificativa para se aventurar pelo mundo surrealista. Aliás, o jogo possui legendas em português brasileiro.
Não importa em qual realidade ou jogo, se deparar com
uma porta gigante não é sinal de coisa boa

Mistura de ideias

A jornada pela realidade Neon mistura elementos de RPG, roguelike e hack and slash, e o visual em pixel art deixa tudo ainda mais psicodélico. A exploração acontece em dungeons, acessadas através de portais, com caminhos definidos, repletos de inimigos e com objetivo de encontrar itens para acessar uma área com o chefe do mundo. Tudo o que você precisa fazer é acabar com inimigos e coletar itens, tendo a liberdade de explorar os caminhos em qualquer ordem. E é aí que entra o elemento mais interessante de Phantom Trigger, seu sistema de combos.

O Forasteiro possui quatro tipos de movimentos, cada um realizado por um botão. Há o dash, o movimento com um chicote verde, o golpe azul e rápido de espada, o soco vermelho carregado e mais poderoso. Eles são desbloqueados gradativamente e, conforme o jogador os utiliza, as habilidades sobem de level. Ao atingir determinado nível, o protagonista aprende novos combos. Pressionando diferentes sequências de três botões, é possível realizar ataques especiais, como um círculo de fogo e até congelar os rivais. Eles não são exigidos durante o game, mas dão aquela força nas batalhas.
Com golpes de gelo, o Forasteiro faz inveja até pra Elsa de Frozen
E por falar nelas, acabam prejudicadas pela pouca variedade de inimigos. As dungeons possuem vários deles e em apenas determinadas áreas você é obrigado a eliminar todos, mas mesmo com o progresso no jogo, eles apenas mudam de cor para indicar alguma diferença. Como seguem um padrão de movimentação e ataque, logo não serão mais um desafio.

Compartilhe o controle e a vida

Phantom Trigger permite jogar em cooperativo com um amigo localmente a qualquer momento e ter dois jogadores eliminando rivais é uma boa ajuda, apesar da câmera só acompanhar o Player 1. No Switch, é possível compartilhar um Joy-Con e jogar com os controles na horizontal. Mas nem tudo é perfeito, pois os dois jogadores dividem a mesma barra de vida. Haja desafio!

Dando um tempo para a ação, há alguns puzzles nas dungeons. Eles são focados no uso dos ataques do protagonista ao acertar sequências corretas em pilastras ou mover blocos. São poucos e infelizmente se repetem durante o jogo. Um fator interessante é que algumas batalhas ganham um elemento de puzzle, com inimigos ficando nas cores dos golpes para indicar o ataque que deve ser utilizado.
Pelo visto, a iluminação pública do mundo Neon também enfrenta problemas


Elo entre dois mundos

Diferentemente das criaturas, as batalhas contra os chefes são bem mais desenvolvidas. Elas colocam o jogador para compreender não apenas a movimentação do rival, mas a aproveitar o cenário a seu favor e utilizar os diferentes golpes, adicionando pitadas de quebra-cabeça. São muito divertidas. Além disso, Phantom Trigger traz uma trilha sonora que remete ao espírito da série Metroid, com aquele ar de solidão, tensão e mistério. O próprio game aconselha a jogar utilizando fones de ouvido para aproveitar as faixas musicais.

É possível finalizar a campanha principal entre seis e oito horas de jogo e há diferentes finais, o que pode ser um incentivo para o replay. Terminando a história, o modo Arena é desbloqueado e traz sequências de áreas repletas de inimigos para jogadores que curtem mais ação ao eliminar tudo no caminho.

Entre os dois mundos, a realidade é que Phantom Trigger diverte dentro de sua proposta e com seu sistema de combos, mesmo deslizando pela falta de variedade de inimigos e puzzles. No fim das contas, Phantom Trigger nos ensina uma lição: o principal medo que devemos superar é o medo sermos nós mesmos.



Prós

  • Sistemas de combos interessante;
  • Trilha sonora empolgante;
  • Modo cooperativo na campanha principal.

Contras

  • Falta de variedade de inimigos e puzzles;
  • Objetivos repetitivos nas dungeons.
Phantom Trigger — Switch/PC — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Vitor Tibério



Desde que aprendeu a jogar videogames com Yoshi's Island e Donkey Kong Country 2, sempre é visto com um controle ou portátil da Nintendo na mão. Descobriu o amor por The Legend of Zelda com Ocarina of Time e sempre está querendo mais Zeldas. Gosta de escrever notícias, análises e bobagens aqui enquanto não está sonhando com um novo Silent Hill.
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