Blast Test

Battle Princess Madelyn (PC) promete saudosismo e dificuldade a níveis extremos

A aventura medieval que ainda está em fase alfa de produção já garante um bom nível de desafio e bastante aventura.

Um dos gêneros de jogo mais populares entre os desenvolvedores independentes sem dúvida são as aventuras em 2D. A típica jogabilidade em plataforma combinada por uma exploração semi ou totalmente livre com um número variado de equipamentos e inimigos. Segredos e grandes vilões esperam também em cada fase.




Neste universo já repleto de excelentes jogos, a Causal Bit Games está desenvolvendo Battle Princess Madelyn (PC), um projeto financiado pelo Kickstarter que, pelo que a empresa já disponibilizou, está repleto de desafios para aqueles jogadores mais “old school” que reclamam que os games de hoje “não são tão difíceis como antigamente”. Além deles, o público mais novo também pode se atrair bastante pelo título que, mesmo ainda em estágio alfa de produção, já apresenta ótimas qualidades a serem levadas adiante.

Visual e trilha sonora retrôs

Uma das primeiras coisas que chamam a atenção ao jogar Battle Princess Madelyn é o seu visual retrô. Com gráficos em 8-bits e uma taxa de frames também reduzida, o jogo remete aos grandes clássicos da época do NES, Mega Drive, Master System, GB e até um pouco do que vimos no SNES. Além disso, em suas configurações existe uma peculiaridade interessante: você pode escolher manter o jogo com linhas horizontais que imitam as antigas televisões de tubo ou então retirá-las, deixando a imagem um pouco mais limpa.

Bem como essa configuração de imagem, o título também conta com duas opções de som diferentes, uma em 8-bits e a outra orquestrada. Ambas, vale a pena ressaltar, possuem qualidade excelente, remetendo a jogos de aventura dos anos 1980 e início dos 1990. Toda essa peculiaridade de som e imagem serve de ambientação para uma história que possui uma protagonista até muito interessante, a princesa cavaleira Madelyn.



Conheçam Madelyn, a princesa cavaleira

O jogo, pelo menos em seu estágio alfa, começa com a princesa e seu avô em um cemitério, onde a garota lamenta a perda de seu cachorro, morto por um bruxo maligno. Eventos paranormais decorrem daí e os mortos começam a retornar à vida. Seu cachorro, então, passa a acompanhá-la na forma de um fantasma bem fofinho, que nos ajuda recolhendo itens, dinheiro e pontos de experiência.

Já Madelyn, com a ajuda de seu avô, alcança as catacumbas próximas ao seu reino para investigar o que está acontecendo, pois os mortos voltarem à vida é algo derivado do maligno bruxo que quer destruir todo o local. Assim, começa a nossa aventura, na qual o atual rei nos auxilia por toda a primeira fase do game. Entretanto, mesmo com ajuda, a fase faz o jogador morrer diversas vezes até começar a compreender as mecânicas de jogo.


Um jogo nem sempre para vencer monstros

Uma característica notável já na primeira fase de Battle Princess Madelyn é que nem sempre devemos focar apenas em destruir todos os monstros das fases. Em alguns momentos, fugir no melhor estilo Ghouls N' Ghosts (Multi) é a melhor escolha possível, pois com uma barra de vida que aguenta no máximo dois golpes a princesa nem sempre dá conta do recado em nossas mãos.

Com algumas horas batendo a cabeça e morrendo inúmeras vezes, você começa a pegar o jeito da aventura e, como todo bom jogo antigo, a reconhecer os padrões de movimentação dos inimigos. Isso garante que você comece a descobrir quando é a melhor hora de atacar ou de fugir/desviar de algum inimigo, assim como não se surpreenderá mais com alguns esqueletos pulando do chão ou das paredes na sua frente.



Nesse ponto, a versão alfa do jogo apresenta alguns probleminhas que, certamente, serão corrigidos até a sua versão final. Esses elementos estão relacionados aos efeitos de contato entre os inimigos e Madelyn que, às vezes, chega a tomar dano dos inimigos muito antes destes a encostarem. Além disso, em algumas tentativas de desviar de golpes ou atacar enquanto pulamos, a personagem trava na posição de subir escadas, sendo impossível retornar até que a partida dê game over.

Mesmo com esses probleminhas, a experiência ao jogar Battle Princess Madelyn não é nada mal. Mesmo que o jogo não inove em jogabilidade, enredo ou gráficos, seu saudosismo e nível de desafio passam a conquistar o jogador aos poucos, principalmente se ele, assim como eu, tiver um senso de desafio elevado e curtir jogos com visual mais retrô.


Possivelmente um bom mundo a se explorar

Outro elemento cativante no novo game da Causal Bit Games é a sua navegação entre fases. Tudo dá a entender que em sua versão final poderemos navegar livremente entre fases controlando Madelyn, bem como acessar cidades com missões e itens, além do quarto real da princesa, onde veremos todos os itens colecionáveis disponíveis ao longo do jogo.

Tudo isso com um mapa pixelado bem cativante com uma paisagem bem bolada. Os únicos problemas aqui estão relacionados ao controle da navegação, ainda um pouco confuso e lento em certos pontos. Fora isso, tudo indica que será bem divertido desbravar todo o mapa do jogo. Torcemos para que ele seja bem vasto, garantindo boas horas de jogatina e níveis de dificuldade absurdos para relembramos as épocas do Arcade.


Poucas informações, mas muita animação

Ao jogar o título e superar a barreira de sua dificuldade, é bem difícil não ter algum apreço por ele. Mesmo que com relativamente poucas informações sobre sua extensão e enredo total, Battle Princess Madelyn tem tudo para dar certo: uma jogabilidade clássica combinada com visuais retrô muito bem aproveitados e trilha sonora ótima. Além disso contamos com itens secretos, um nível de desafio digno dos arcades e padrões de jogo que lembram em muito nossas experiências com jogos antigos de aventura e beat 'em up.

Na sua página do Kickstarter o game possui algumas informações relevantes em inglês, bem como a pretensão de ser lançado ainda para Wii U, Switch, PS4 e XBO. Tomara que o pessoal da Causal Bit Games consiga traduzir todo este saudosismo em um excelente título e que ele se adeque tão bem aos consoles da nova geração como se adequou aos controles do PC. Resta-nos agora esperar por novas atualizações do título.



Revisão: Vitor Tibério


Gilson Peres é Psicólogo e Mestre em Comunicação pela UFJF. Está no Blast desde 2014 e começou sua vida gamer bem cedo no NES. Atualmente divide seu tempo entre games de sobrevivência e a realidade virtual.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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