Resident Evil 7 biohazard (Multi): Mistérios e teorias sobre o final do game

Há ainda muito para conversarmos sobre a jornada de Ethan.



Apresentando uma trama cheia de reviravoltas, Resident Evil 7 biohazard deixou propositalmente alguns pontos do enredo em aberto. A expectativa é que os mistérios sejam resolvidos com o lançamento do DLC Not a Hero, que expandirá a história do jogo e será lançado no outono de 2017 (entre março e junho). Enquanto o conteúdo adicional não chega, vamos teorizando sobre aquilo que pode acontecer na complementação da jornada de Ethan, lembrando que o texto analisará eventos que ocorrem no final do game e que, portanto, estará recheado de spoilers.


Durante o confronto derradeiro contra Eveline na propriedade dos Baker, Ethan recebe a ajuda de soldados que sobrevoam a região. É desse esquadrão que o protagonista recebe a arma Albert-01, capaz de eliminar de vez a ameaça biológica. Com o perigo contido, o personagem principal é salvo por uma pessoa que se apresenta como Redfield. No primeiro momento, pensamos tratar-se de Chris e imaginamos que tudo acabou bem. Entretanto, a sensação de segurança é passageira ao percebermos que o helicóptero usado no resgate carrega a logo da Umbrella.

Então começam as perguntas: Será que a Umbrella deixou para trás seu passado bioterrorista e mudou de lado? Por que Chris está trabalhando para a corporação que combateu durante tanto tempo? Ethan e Mia realmente foram levados para um local seguro? Se formos levar em consideração algumas pistas encontradas no jogo, a resposta para esses três questionamentos é “não”, e o que o futuro reserva para Ethan deve ser bem pior se comparado com aquilo que ele vivenciou na Luisiana.
Esse não parece ser um helicóptero de resgate

Afinal, era a Umbrella?

Na parte final de Resident Evil 7 biohazard, descobrimos que Mia, na verdade, é uma agente com a missão de transportar Eveline para um laboratório seguro. As experiências com a menina, que fora criada como uma arma biológica, estavam correndo algum tipo de risco no complexo onde aconteciam. Então, a equipe resolveu transferi-la para continuar os trabalhos em outra localidade. Até esse ponto, não podemos afirmar com convicção que as duas garotas têm qualquer ligação com a Umbrella.

Entretanto, percebemos na gravação sobre o passado de Mia que ela usa o relógio códex para falar com seu parceiro Alan. Esse mesmo objeto é colocado no pulso de Ethan logo no início do jogo e é através dele que o protagonista se comunica com os soldados que o resgatam no final. Ou seja, se o esquadrão que está no helicóptero da Umbrella tem equipamento idêntico ao de Mia, fica claro que todos estão a serviço da mesma corporação. Com isso, é também possível concluir que Eveline é um novo experimento da empresa.

Como o histórico da Umbrella não é dos melhores, talvez a palavra “resgate” não seja a melhor opção para descrever a cena final de RE7. É bastante provável que tanto Ethan quanto Mia tenham sido capturados pela companhia e serão usados como cobaia para saber quais os reais efeitos da arma Eveline sobre os seres humanos. Outra pista que aponta nesta direção é o nome do DLC: Not a Hero. Um belo indicativo de que não foram bem heróis que apareceram para limpar a bagunça na propriedade dos Baker.
Anúncio do DLC Not a Hero

Meu nome é Redfield

Então, se foi a Umbrella que apareceu no final do jogo, por qual motivo o soldado se apresenta como Redfield? Mesmo ele tendo usado o famoso sobrenome, há diversas pistas que indicam que não se trata de Chris. A primeira, e mais óbvia, é a aparência física. É verdade que Chris já mudou bastante durante toda a franquia, porém a Capcom vem mantendo a mesma fisionomia para o personagem desde Resident Evil 5. Foi também no quinto capítulo que Roger Craig Smith assumiu o posto de dublador do membro da B.S.A.A., emprestando sua voz irmão de Claire em todos os games seguintes. Porém, nos créditos de RE7 aparece que David Vaughn foi o ator responsável por essa interpretação.
Chris, é você mesmo?


Será que a Capcom quis dar um grande reboot na série a ponto de alterar bastante tanto a aparência quanto a voz de um dos personagens mais icônicos da franquia? Sinceramente, acredito que não. Ainda mais se levarmos em consideração que no filme em CG Resident Evil: Vendetta, que estreará em 2017, a fisionomia de Chris é a mesma do RE5. Além disso, se essa for a criação de um Redfield totalmente novo, o estúdio estaria jogando fora todo o passado do personagem, já que não existem razões imagináveis para que ele trocasse de lado e começasse a ajudar a Umbrella. Minha teoria é que essa pessoa que aparece no fim de RE7 é outra pessoa.

Uma grande prova que reforça essa tese é a transmissão de rádio que pode ser ouvida antes de Ethan entrar nas minas de sal:
“– Alfa 1 – aqui é Bravo 1 – está me ouvindo?
– Aqui é Alfa 1. Reporte. Achou alguma coisa?
– Uma busca minuciosa na propriedade Baker revelou zero sobreviventes.
– Repito, zero sobreviventes. Encontramos evidências de confronto.
– Eveline?
– Negativo.
– Mas encontramos várias mensagens criptografadas do filho de Baker, Lucas, para alguém desconhecido.
– Você provavelmente pode imaginar quem era.
– Ah, que ótimo.
– Temos relatos de que ele está nas minas abandonadas, ao sul da propriedade. Vou lá dar uma olhada.
– Entendido. Nos encontramos nessas coordenadas.
– Se encontrar Eveline – a ordem é atirar para matar. Repito – atirar para matar.”
Apesar de não se identificarem, essa conversa é entre dois grupos da Umbrella, já que citam o nome Eveline e também mencionam a ordem de atirar para matar. Essa mesma frase havia sido dito para Mia no incidente dentro do navio petroleiro: a missão dela também era abater o fruto do experimento.

Outro ponto bastante importante dessa conversa é quando mencionam Lucas. O garoto estaria conversando com alguém através de mensagens criptografadas e o destinatário dessas comunicações seria alguém conhecido pelos soldados da Umbrella. Tanto que a reação deles ao saber da notícia é um desapontado “Ah, que ótimo”. Com quem o filho da família Baker poderia estar mantendo contato de modo a gerar insatisfação nos criadores de Eveline? Sim, o verdadeiro Chris Redfield.

Mas porque Lucas estaria enviando mensagens criptografadas para Chris? Aqui, temos duas possíveis explicações. A primeira é que o garoto agia por conta própria. Um pouco antes do puzzle Feliz Aniversário, ele fala para Ethan que não quer voltar ao passado, ou seja, gostaria de ter Eveline sempre por perto e manter os “poderes de regeneração” que a menina lhe dá. Ao saber que um esquadrão estava vindo para levar a garota da família Baker, Lucas conseguiu contato com o conhecido membro da B.S.A.A. que havia derrotado a Umbrella anteriormente.
Lucas faria de tudo para manter Eveline por perto


A segunda teoria é de que Lucas agia sob influência de Eveline. Durante o incidente do navio, a garota fala para Mia que não quer mais morar no laboratório e gostaria de ter uma família. Na residência dos Baker, ela acabou encontrando aquilo que desejava e, ao saber que a Umbrella estava atrás dela, fez com que Lucas entrasse em contato com Chris pedindo ajuda para evitar a chegada dos soldados da corporação.

Como os membros da Umbrella sabiam que Chris estava por perto e que Lucas mantinha contato com ele, o soldado se apresentou como Redfield para tentar ganhar a confiança daquele que estava no chão (que, na verdade, era Ethan). É bastante possível que o falso Chris tenha confundido Ethan com Lucas, pois, na conversa via rádio, eles comentam que: “Uma busca minuciosa na propriedade Baker revelou zero sobreviventes”. Como não esperavam encontrar ninguém e se deparam com um jovem caído ao chegar no local, o grupo da Umbrella concluiu que se tratava do informante de Chris. Assim, para ganhar a confiança daquele que estava todo machucado no chão, nada melhor do que dizer o nome Redfield.

Teorias e mais teorias

É claro que todo esse texto apresenta apenas teorias sobre o envolvimento da Umbrella no caso Eveline e sobre a identidade do personagem que se apresenta como Redfield. A verdade só deve vir à tona com a chegada do DLC. Enquanto isso não acontece, só nos resta especular e debater. Para você, caros leitores, as possibilidades apresentadas aqui podem tornar-se reais? Concorda ou discorda com os pontos levantados? Não deixe de escrever suas opiniões nos comentários e vamos teorizar sobre o final de Resident Evil 7 biohazard.

Revisão: Bruno Alves

É jornalista e obcecado por games (não necessariamente nessa ordem). Seu vício começou com uma primeira dose de Super Mario World e, desde então, não consegue mais ficar muito tempo sem se aventurar em um bom jogo. Diretor de Redação do Nintendo Blast.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google