Blast Test

Call of Duty: Infinite Warfare (Multi) parece tropeçar na mesmice

Poucas inovações podem comprometer a aventura espacial.



Com lançamento previsto para o próximo dia 04 de novembro, Call of Duty: Infinite Warfare chega para PC, PS4 e XBO cercado de dúvidas. Sem inovar muito nos quesitos gráficos e jogabilidade, a grande questão é se a franquia conseguirá se reinventar apostando na exploração espacial. A série costuma utilizar elementos futuristas em seus enredos, mas essa será a primeira vez que a ficção científica será plenamente abraçada por CoD. A expectativa relativamente baixa acabou sendo reforçada pela versão beta do game, que esteve disponível nos dois últimos finais de semana. Os tiroteios entre as estrelas não conseguem fugir daquele sentimento de mais do mesmo que a franquia vem trazendo em seus últimos capítulos.


O modo multiplayer, que deve ser o principal atrativo do jogo, era o único disponível nesse curto período de experimentação. Antes mesmo de começar as partidas, senti o primeiro grande problema: a excessiva demora. Ainda estamos em uma fase pré-lançamento, mas esperar cerca de 20 minutos para o servidor encontrar sessões livres foi algo que acabou me incomodando bastante. Acredito, porém, que quando o título estiver à venda para todos e com uma quantidade maior de jogadores, esse ponto será solucionado.

Em Infinite Warfare existe a possibilidade de o jogador selecionar diferentes classes de combatentes para participar dos confrontos online. Isso lembra bastante Overwatch, e acredito que o sucesso do projeto da Blizzard teve influência nessa decisão de inserir no título personagens com características únicas. Conhecer as habilidades dos soldados é fundamental para se dar bem: por exemplo, os Merc são pesados e lentos, mas têm grande poder de fogo, enquanto os Synaptic são ágeis, formando uma opção interessante para combates mais próximos.
Os  Synaptic devem ser uma das classes mais populares entre os jogadores, já que os mapas têm desenhos que incentivam os confrontos de perto. Os campos de batalha disponíveis na versão beta apresentavam corredores apertados que formavam variadas rotas de ataque. Não foram raros os momentos em que inimigos me surpreenderam com um ataque nas costas, as únicas alternativas sendo partir para o embate ou correr na outra direção. Os cenários são variados, como uma estação espacial, um planeta congelado ou um labirinto urbano, e em todos eles a minha sensação foi a de que o game incentivará muito mais os tiroteios frenéticos do que as estratégias.


Assim como em Black Ops III, existem desafios e objetivos a serem cumpridos durante o gameplay que garantem pontos que podem ser trocados por equipamentos e roupas novas para seus personagens. Além disso, é possível também usar esses pontos para comprar itens e construir sua própria arma. Comprar os melhores materiais será ação que exigirá grandes quantidades de pontos, o que deve contribuir bastante para o fator replay do game.

Além dos confrontos contra outros jogadores, Infinite Warfare apresentará a possibilidade de missões cooperativas online. Essas tarefas em grupo devem ser realizadas para que todo o time receba como recompensa itens considerados raros. A promessa é que cada missão tenha quatro times, mas na versão beta apenas dois estavam disponíveis por partida.


As  mecânicas de jogo e controles não apresentam muitas novidades e são bastante semelhantes ao que vimos nos títulos anteriores. A principal diferença que senti foi que os tiroteios acontecem em uma velocidade maior, já a jogabilidade está bastante fluída e fácil de ser compreendida até entre aqueles que nunca experimentaram outros Call of Duty. Quando você morre, a câmera agora traz informações mais detalhadas, como quantos tiros você tomou e a quantidade de oponentes que conseguiram acertá-lo.

É difícil chegar a um veredito apenas participando apenas de partidas online, mas essa versão beta mostrou poucas inovações. Ter o espaço sideral como plano de fundo é algo que empolga num primeiro momento, mas que acaba perdendo o encanto com o passar do tempo. No final, me sentia jogando Black Ops III. A esperança é que a campanha principal consiga apresentar inovações mais interessantes do que aquilo que foi visto no multiplayer.

Revisão: Bruno Alves

É jornalista e obcecado por games (não necessariamente nessa ordem). Seu vício começou com uma primeira dose de Super Mario World e, desde então, não consegue mais ficar muito tempo sem se aventurar em um bom jogo. Diretor de Redação do Nintendo Blast.
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