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Análise: Spider: Rite of the Shrouded Moon (Multi) é puzzle criativo onde o clima e a hora influenciam na jogatina

Como uma aranha, crie teias para prender insetos e desvende os mistérios deste divertido jogo

De tempos em tempos, um ou outro jogo indie acaba fazendo sucesso junto ao grande público. Não se sabe onde, nem quando e nem qual será a empresa que cairá no gosto popular. A desenvolvedora Tiger Style, no entanto, parece ter achado a fórmula para o sucesso. Afinal, dois dos seus três games foram bastante elogiados pela crítica.
Spider: Rite of the Shrouded Moon vai pelo mesmo caminho dos antecessores. Disponível para PC e iOS, o jogo é uma sequência direta de Spider: The Secret of Bryce Manor, lançado em 2009 para o smartphone da Apple. Naquela época, foi ganhador de diversos prêmios importantes de “jogo do ano” para iPhone e “Top 5” para dispositivos móveis. A expectativa da desenvolvedora é levar o novo título também para Android, PS Vita e PS4.

Homem-aranha? Que nada!

Tal como seis anos atrás, você é uma aranha que precisa usar da inteligência para construir teias de maneira eficaz. A meta é tentar prender o maior número de insetos nela para render pontos extras e possibilitar que o jogador passe de fase.

A mecânica do game gira em torno dessa habilidade aracnídea de elaborar emaranhados de teias ecomer insetos. A pequena aranha consegue se locomover em quase todas as superfícies e saltar com uma agilidade ímpar. Teias são limitadas e só podem ser adquiridas ao comer algum inseto. Se ficar sem teia, a missão acaba e é preciso recomeçar o nível.
Seja criativo para fazer teias que prendem o mais número de insetos
As fases se passam em ambientes da misteriosa mansão Blackbird. Locais comuns para nós, como o quarto ou a sala de uma casa, se tornam verdadeiros mundos para uma pequena aranha. Não espere realismo ou um mundo aberto para explorar, até porque essa não é a proposta do game. Como o puzzle que é, o que vale aqui é a paciência e o raciocínio.

Segredos de uma aranha

Spider: RSM é um prato cheio para aqueles que gostam de vasculhar cada cantinho, para aqueles que só sossegam quando conseguem 100%. Isso porque toda fase esconde um lugar secreto ou um inseto não visível.

Os insetos, aliás, são um ponto alto do game. A variedade é imensa, cada qual com características próprias e semelhanças com o mundo real. Nota-se o esforço da equipe de produção na pesquisa dos animaizinhos, resultando em um catálogo com quase 40 espécies “comestíveis” e cinco tipos distintos de aranhas.
Segredos podem revelar insetos escondidos ou pistas para resolver o mistério
Como pano de fundo, o título oferece a possibilidade de posar de detetive, tentando descobrir por que uma mansão tão elegante está desabitada — de pessoas, é claro. São pequenas pistas encontradas nos cenários que, quando reunidas, revelam uma instigante história sobre os últimos habitantes humanos dali.

Sinta-se dentro do jogo

Uma inserção inovadora foi a possibilidade de usar a geolocalização levar para dentro do game informações sobre o horário e o clima do mundo real. Os cenários e seus habitantes sofrem modificações consideráveis de acordo com as condições meteorológicas e conforme a hora. À noite, por exemplo, vagalumes e grilos aparecem, assim como mariposas ficam rondando as luminárias. Quando está chovendo, o game apresenta maior quantidade de mosquitos e larvas. Se o clima é ensolarado e está de dia, a tendência é que mais mosquitos surjam.

Você pode autorizar a captação de informações pessoais que afetam o gameplay.
O que é mais legal é que essas variações têm impacto no desenrolar da história e nos puzzles. À noite, com luzes acesas, fica impossível encostar na superfície de uma lâmpada. Em dias chuvosos, alguns locais ficam inacessíveis em razão da enxurrada. O moinho, por exemplo, só funciona à plena velocidade quando chove, pois o volume de água ajuda a mover as pás. Para resolver esse puzzle, o jogador precisa correr para frente do computador enquanto está caindo o maior toró lá fora (ou usar uma funcionalidade do game, para aqueles mais impacientes).

Até as fases da Lua influenciam no game: minguante, crescente, cheia ou nova. Cada uma tem uma influência diferente sobre a aranha e pode contribuir para a resolução daquele engenhoso quebra-cabeça.

Um emaranhado de diversão

Simples e intuitivo, é incrível como o jogo consegue ser tão divertido. Ele é acessível para o jogador casual, porém complexo na medida certa para um “caçador de troféus/conquistas”. Não é longo, mas proporciona momentos preciosos de entretenimento descompromissado. Tendo em vista o custo-benefício (o jogo custa R$ 25,99 no Steam), vale muito a pena jogá-lo.

Spider: Rite of the Shrouded Moon ainda possui um sistema online de comparação de pontuações. Dessa forma, você pode saber se seu desempenho foi bom ou ruim diante de viciados de todo o mundo. Bom, agora que você já leu essa análise, vamos cantar uma música em homenagem? “A Dona Aranha subiu pela parede. Veio a chuva forte e a derrubou. Já passou a chuva e o Sol já está surgindo...”

Prós

  • Localização em português;
  • Temática original;
  • Mecânica simples, com quebra-cabeças criativos e desafiadores;
  • Pistas e segredos para serem descobertos;
  • Excelente uso da geolocalização.

Contras

  • Visual idêntico ao jogo de 2009.
Spider: Rite of the Shrouded Moon — PC— Nota: 9.0
Versão utilizada: PC
Revisão: Alberto Canen
Capa: Nívea Costa  

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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