Hands-on

Sheltered (XBO/PC): aprendendo a viver com pouco

Durante a E3 2015, a equipe GameBlast teve o grande prazer de testar o novo jogo da desenvolvedora Team17, Sheltered, que traz um mundo destruído, em pixels.


Pouco sabíamos o que seria exibido pela Team17 durante a E3 2015. Curiosos, marcamos um horário para bater um papo com os seus representantes e entender mais sobre os próximos lançamentos da desenvolvedora. Junto de outra equipe, a Unicube, o próximo grande lançamento foi financiado pelo Kickstarted e é chamado de Sheltered (XBO/PC): um jogo de sobrevivência e gerenciamento de famílias.


Apesar de não ser tão conhecido entre os jogadores, o projeto está em progresso há tempos, chegando em sua fase final. Já era possível jogar uma demonstração, que não apresentou problemas e funcionou de maneira intuitiva. Com o controle do Xbox One nas mãos, fomos experimentando enquanto a equipe comentava e nos auxiliava durante o processo.

A diversidade e a vida em família

Sheltered, como o próprio nome diz (em tradução: abrigados), nos coloca em um futuro onde os sobreviventes do planeta são obrigados a sobreviver em bases subterrâneas. Quase não há comida, e a contaminação por radiação é um risco real. Do lado de fora, é preciso lidar com situações de guerra e escassez, como trocas de itens essenciais, brigas por território e recrutamento de pessoas para a base. Com um visual totalmente retrô, estilizado com pixels, é de se esperar muitas opções de gerenciamento.
Ter dois pais ou duas mães só influenciará no visual do jogo. Mas é uma ideia muito legal, já que existe também no mundo real.
A primeira coisa que tínhamos que fazer era criar a nossa própria família, composta de dois adultos, duas crianças e um animal de estimação. Visando uma compreensão atual do mundo e a identificação com todos os tipos de jogador, já era possível criar famílias com duas mães e dois pais — o que não influenciaria em nada no decorrer da aventura. Vários tons de pele estavam disponíveis, além de roupas e cortes de cabelo diferenciados. As crianças também tinham várias possibilidades de criação, mas os animais ainda se restringiam a um gato ou cachorro, mas logo fomos informados de que mais estarão presentes no jogo final.

Aos que não se importam muito com sexualidade e outras características específicas (como eu), há a opção de criar tudo aleatoriamente. Minha família acabou tendo duas mães, duas meninas e um cachorro. Cada membro carrega habilidades específicas, que são medidas em intensidade de acordo com pontos iniciais: é possível ter um personagem muito inteligente e pouco forte, ou muito resistente e pouco inteligente. Tudo está nas mãos do jogador.
Só é possível controlar um membro de cada vez, enquanto os outros agem por conta própria.

A aventura começa. Nossa base é enorme, com dois andares. Vemos o lado de fora, onde há muita areia e um carro abandonado, enquanto na parte interna diversos objetos estão colocados em diferentes cômodos e têm funções específicas. Começamos a explorar, e percebemos que será preciso passar muitas horas para compreender o raciocínio necessário e planejar a nossa sobrevivência.

A difícil luta pela sobrevivência

Se pensarmos em tudo o que precisamos para sobreviver, nos resumiremos ao básico: saúde, comida, água e oxigênio. Em Sheltered, não é fácil conseguir tudo isso. A água é captada da chuva, com um instrumento que conecta um galão à parte de fora (se não chover, os personagens precisarão trocar itens para se hidratar), enquanto o ar é bombeado por um sistema, também conectado ao exterior. Há comida no estoque, que precisa ser preenchido de tempos em tempos, enquanto a qualidade de saúde é mantida ao ter todos os itens anteriores e não haver radiação entrando no abrigo.
Para sair do abrigo é necessário colocar uma roupa específica.

Tudo é controlado com um cursor, o que nos fez acreditar que os controles sejam mais intuitivos em computadores e tablets. Ainda assim, era possível apontar para onde queríamos sem muita dificuldade e em pouco tempo controlávamos tudo o que acontecia na tela. Em pouco tempo, já havíamos visto todo o lado de dentro e resolvemos sair para explorar — algo que só pode ser feito por adultos.
O visual muda totalmente ao encontrar outras pessoas, trazendo nostalgia e familiaridade aos que jogavam antigos RPGs.

Do lado de fora, há um mapa mostrando os possíveis locais para procurar itens ao redor. Ao escolher um, enviamos um personagem para lá, e ele poderá encontrar outras pessoas no caminho, o que acabou acontecendo. Neste momento, a tela muda para o que parece ser uma batalha em estilo RPG, onde podemos escolher algumas ações: atacar, negociar, recrutar ou fugir; pudemos fazer os três primeiros itens, que renderam momentos muito diferentes. Para atacar, é preciso que estejamos carregando alguma arma e, ao vencer, pegamos todos os itens da vítima (ou perdemos os nossos ao morrer). Trocar é simples, bastando arrastar itens do inventário até que a pessoa aceite e dê outros em retorno. Recrutar é interessante: se a pessoa aceitar, passará a viver com a família, sendo mais um a buscar recursos, mas que também precisará sobreviver.
O nível de radiação é medido por um pequeno aparelho, localizado no canto da tela.
Ao retornar para a base, começamos a ver os possíveis problemas que o mal gerenciamento pode ter: esquecemos as portas abertas e a radiação entrou, deixando todos os que estavam dentro doentes. Procurar por remédios implicou em abandonar o lar, que começou a ficar sem alimento. Em poucos minutos, o cachorro começou a vomitar e uma das filhas morreu. Vimos que não conseguiríamos mais salvar a todos e decidimos encerrar a demonstração.

Refletindo a realidade (até demais)

Ao consertar o veículo, será possível explorar outros lugares, como shoppings e supermercados. 

Batendo um papo com a equipe, descobrimos mais algumas de suas ideias e futuras possibilidades que o jogo oferecerá. Tudo será customizável e poderá sofrer melhorias, assim como os sistemas de oxigênio e água. O veículo, do lado de fora, poderá ser consertado ao ter suas peças recolocadas (que estão espalhadas pelo cenário), sendo utilizado para viagens mais longas. Alguns outros quesitos nos deixaram um pouco assustados, como o fato de podermos nos alimentar dos entes que faleceram em casos de escassez alimentar. Não haverá nada que eles deixem de considerar, caso possa servir para a sobrevivência dos personagens.
Saindo até o final do ano para computadores e Xbox One, as chances de o jogo chegar ao PlayStation 4 são grandes e isso deve acontecer. Deixamos a ideia de que ele também funcionaria muito bem em tablets e smartphones, recebendo reações positivas e entusiasmadas. Em um universo onde Fallout Shelter acaba de ser lançado para sistemas IOS, é interessante ver novas opções e criações com mundos semelhantes. Ficamos no aguardo e torcemos que ele esteja em todos os consoles da geração atual, já que nos divertimos e vimos grande potencial.

Capa: Guilherme Kennio

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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