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Análise: Life is Strange Ep 3 - Chaos Theory - Em busca de respostas

Neste terceiro episódio da série de cinco, percebemos que de nada adianta ter poder se não for possível usá-lo para proteger aqueles que gostamos.

A terceira parte de Life is Strange foi lançada no final de maio. Após um primeiro capítulo promissor e um segundo capítulo empolgante, o episódio que marca a metade da história ainda não revela muitas das respostas que procuramos. Pelo contrário, coloca mais dúvidas no caminho de Max.

Mas antes da análise, um aviso importante: esse texto pode conter alguns spoilers dos episódios anteriores.

Instaurando o Caos


Dando continuidade à trama, começamos a aventura no dormitório de Max, logo após os eventos que concluíram o capítulo anterior — o incidente com Kate e a reunião na sala do diretor.



Independente do desfecho de Kate, Max ainda ficará incomodada com tudo que foi feito à sua amiga. Ainda não está totalmente explicado porque pegaram tanto no pé dela, a ponto de forçar uma tentativa de suicídio.

Segue então, outra pergunta: será que as mesmas pessoas que importunaram Kate não estariam relacionadas ao sumiço de Rachel? É nesse universo de dúvida que a dupla Max e Chloe tentará descobrir onde está a verdade.

Amigas para sempre


A história desse terceiro episódio é centrada bastante no relacionamento entre Chloe e Max. As duas estão juntas em praticamente todo o capítulo. O foco aqui é mostrar que, mesmo após as feridas do passado, as velhas amigas estão se acertando novamente.

O plano básico de qualquer adolescente
A relação que se construiu entre as duas é bem interessante. Após uma fase de reaproximação, mostrada no episódio dois, os laços de união entre as duas se fortalecem. E tudo isso ocorre de uma maneira tão verdadeira, que não tem como não se deixar levar e ficar feliz por elas.

Isso fica claro na primeira sequência, durante o diálogo na piscina. São linhas até meio bobas: duas adolescentes quebrando algumas regras e planejando dominar o mundo. Mas é possível sentir ali uma alegria pela companhia uma da outra. Depois daquilo, não tem como não imaginar que tudo não vai acabar bem no final.

A beleza está nos pequenos detalhes


Comparando com os anteriores, Chaos Theory é mais “parado”. Exceto pela parte final da invasão da escola, nada vai exigir atitudes rápidas. A relação entre Max e Chloe tendo como pano de fundo o sumiço de Rachel Ambers é o grande ponto aqui.

As escolhas morais não foram tão fortes quanto anteriormente, em minha opinião. Nesse episódio elas são mais “definidas” e, por vezes, nem aparentam ter consequências tão pesadas em um futuro próximo.


De começo tive a sensação de que história não estava andando, o que pode parecer meio chato. Mas ao começar a vasculhar itens e reparar nas falas de alguns personagens, fui pegando pequenas peças que, talvez no futuro, ajudem a montar um quebra-cabeça maior.

São esse pequenos detalhes que mostram que os personagens de Life is Strange são muito bem construídos. Não há paladinos da justiça tampouco demônios impiedosos. Todos ali guardam algum segredo, alguma mágoa, algum sentimento por trás de uma pose.

Ao mesmo tempo em que Chloe e Max são desenvolvidas, você repara que o mundo está te acompanhando. Em alguns momentos me peguei pensando se o julgamento que eu fiz sobre alguns personagens não foi um pouco precipitado. Não que eu tenha mudado de opinião radicalmente, mas às vezes um fato novo faz você repensar nos motivos de alguém.

Posso, mas eu devo?


Na sequência final de Chaos Theory, Max desenvolve um novo poder, que permite a ela manipular o tempo de uma maneira bem diferente do que foi visto até agora. E ouso dizer que nesse momento chegamos ao ponto alto do episódio.

O que o futuro reserva para Max?
Não irei dizer exatamente o que ocorre, para não estragar a surpresa, mas, como já havia mencionando na análise do primeiro capítulo, ter o poder de alterar o tempo não é certeza de que tudo sairá como o planejado. Se você já jogou até aqui, sabe muito bem disso.

A última cena em particular dá uma virada absurda nos fatos. Por um momento, eu não me importava mais que um furacão gigante viria destruir minha cidade. Não me importava com meus poderes. Não me importava com mais nada.

Teoria do Caos


Por mais que possamos dizer que todo o jogo está por trás da teoria do caos, onde cada escolha gera uma ou mais reações imprevisíveis, em Chaos Theory, isso é levado mais a fundo. Tudo no mundo começa a fazer cada vez menos sentido.



Com muito mais perguntas do que respostas, o terceiro episódio poderia muito bem ser uma bomba, mas pelo contrário, ele acaba se saindo muito bem. Isso tudo devido ao desenvolvimento dos personagens, ainda que não de forma direta. Max cada vez mais se mostra uma ótima protagonista, e é impossível não se comover com sua amizade com Chloe.

Somado a isso, temos a parte final, que traz o caos, tanto para a história, quanto para sua cabeça. Não ficava tão perplexo assim desde Bioshock Infinite. É impossível prever o que vem pela frente. Mas, pelo trabalho feito até agora pela DONTNOD, eu não acredito que iremos nos decepcionar com os próximos episódios. Para falar a verdade, já estou contando os dias para a continuação.

PRÓS

  • Ótimo desenvolvimento da protagonista;
  • Adiciona novas camadas de profundidade aos personagens;
  • O final abre novos rumos para a história.

CONTRAS

  • Os problemas de animação ainda persistem;

Life is Strange — Episode 3: Chaos Theory — Multi — Nota: 9.0

Versão utilizada para a análise: PC

Revisão: Alberto Canen
Capa;  Daniel Serezane

Formado em Game Design, desistente da Matemática Aplicada e atualmente cursando Jornalismo. Ainda aguardo o retorno triufal da Sega, fã de Metal Gear, Dark Souls e várias coisas vindas lá do Japão.
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