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Poison, a personagem mais polêmica da série Street Fighter

Futanari, homem, mulher… afinal, qual é a da Poison, uma das personagens mais misteriosas e interessantes da Capcom.



Quando decidi escrever sobre a Poison, não sabia no que estava me metendo. Não que eu não estivesse empolgado em escrever sobre uma das minhas personagens favoritas da série. Mas simplesmente porque fiquei horas me perguntando em como definir seu gênero. Ao abordar toda a polêmica de se falar sobre uma pessoa que nem sequer a Capcom consegue definir direito, pensei em estar enfiando a mão em um vespeiro. Que nada. A Poison é legal justamente por causa disso.


Com uma longa trajetória, Poison foi promovida de um simples saco de pancadas do exército da Mad Gear para uma personagem selecionável no rol de opções do novo Ultra Street Fighter IV. Venceu os preconceitos, a zoação dos transfóbicos e a confusão dos gêneros para ganhar sua posição de respeito ao lado de Ryu, Chun-Li e companhia.

Dos becos sombrios para os tapetes vermelhos

No primeiro Final Fight, Poison fazia dupla com Roxy e juntas tentavam impedir Cody e Haggar em sua cruzada contra o crime organizado. Até aí, nada de diferente dos outros oponentes que o par costumava espancar pelo caminho. A bagunça começou quando Akira Yasuda resolveu defini-la no manual que acompanhava os cartuchos como uma newhalf. No Japão, este termo designa, em parte, uma transsexual.



Yasuda explica que a mudança de gênero foi necessária já que "bater em mulheres pode ser ofensivo demais". Não que ele acredite que bater em transsexuais seja menos abominável, mas acho que ele não quis dizer isso. O fato é que toda essa confusão foi para evitar que as versões ocidentais do jogo não criassem problemas com a lei e com os órgãos feministas.

É de se esperar que a ideia não deu muito certo, já que as versões americanas de Final Fight substituíram completamente Roxy e Poison por dois punks genéricos. O que inflama mais ainda a situação. Mas deixemos essa dor de cabeça de lado.

Uma opção para homens, mulheres e tudo que estiver no meio

As pequenas aparições nos cenários de Metro City na série Street Fighter apenas nos davam algumas dicas de que a garotona de 1,75m, 52kg e cabelos púrpura ainda não havia sido esquecida pelos produtores. Um papel maior em Street Fighter Alpha 3 transformou-a em empresária de Hugo para auxiliá-lo no que precisasse antes e depois da porradaria. Mas o papel maior ainda estaria por vir.


Em meados de 2011, mais gasolina foi jogada na fogueira com o anúncio de Poison no crossover Street Fighter X Tekken. Mas, para a surpresa de todos, a polêmica deu voz ao hype. Nesse jogo, ela apresenta um moveset ágil, armada com chicotes, algemas e um enorme salto de fazer inveja às periguetes. E, para deixar a coisa mais séria do que já era, ela foi colocada como dupla de um verdadeiro brutamontes. Fica difícil se meter com ela quando se tem um Hugo como guarda-costas.

Quanto à polêmica, quê polêmica? As pessoas transexuais são uma realidade e não há nada de errado com isso. Yoshinoro Ono, um dos responsáveis pela série define, quando questionado sobre qual é a da Poison:

“Vamos deixar isso claro: na América do Norte, Poison é oficialmente uma transexual operada. Mas no Japão, ela simplesmente esconde seus assuntos para se parecer como uma garota.”

Revisor: Jaime Ninice
Arte: Diego Migueis

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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