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Resident Evil 4 Ultimate HD Edition (PC) dá ao clássico da Capcom o tratamento que ele merece

A versão oficial em HD de Resident Evil 4 mostra que o título continua forte mesmo após nove anos do lançamento original para o Gamecube.


O quarto título numerado de Resident Evil foi programado para ser um exclusivo do Gamecube. O port para PlayStation 2 foi até mesmo um dos fatores que motivaram o criador da série, Shinji Mikami, a se desconectar da Capcom.


Mikami deve ter pesadelos toda a noite, sabendo que hoje Resident Evil 4 roda até em micro-ondas. A empresa japonesa, no entanto, não parece achar que isso é o suficiente e lançou, no final de fevereiro, a versão Ultimate HD Edition para computadores. A promessa de gráficos atualizados e 60 FPS com certeza garantiram para o título vários compradores, mas será que o game realmente ficou tão bom?

A mesma história de sempre... em HD 

É difícil achar um gamer que nunca tenha ouvido falar em Resident Evil 4. O jogo não só foi um divisor de águas da franquia, adotando um estilo mais frenético, como também introduziu diversas melhorias na mira e na movimentação dos personagens. O game foi referência para futuros títulos com mecânicas de TPS, como GTA IV e The Last of Us.

No jogo, assumimos o controle de Leon Kennedy, agente do governo que foi enviado a um vilarejo da Espanha para resgatar Ashley Graham, a filha do presidente dos Estados Unidos que havia sido sequestrada. No entanto, a missão acaba se mostrando muito difícil, já que os "simpáticos" moradores da vila recebem o herói tentando matá-lo.


Não precisamos nos aprofundar muito mais em como o jogo se desenrola e como ele dividiu opiniões, pois ele é praticamente o mesmo desde seu lançamento para Gamecube e PlayStation 2. A história é a mesma, os inimigos são os mesmos, e nem mesmo os modos extras mudaram. As grandes “novidades” aqui são seus gráficos atualizados e a possibilidade de rodar a 60 FPS.

Fãs da franquia de survival horror da Capcom sabem que essa versão não é a primeira a aparecer nos computadores. Em 2007, uma edição para PC foi produzida pela Ubisoft. Só que o port foi considerado como um dos piores da história dos videogames: gráficos ruins, controles piores ainda, e muitos bugs. Basicamente, uma decepção total.

Seria essa edição em HD uma tentativa da Capcom de compensar aquele port terrível? Ou seria apenas uma maneira lucrar em cima de um clássico? Por bem ou por mal, a empresa não fez um mau trabalho com Ultimate HD Edition.

Os gráficos em alta definição ficaram excelentes. Houve atenção especial ao detalhamento dos personagens, monstros e ambientes. Claro que não chega a ser comparável a um jogo desenvolvido nessa geração, mas o resultado ainda é bastante agradável e mostra que os anos têm sido gentis com Resident Evil 4. As cutscenes são feitas em tempo real, e não por meio daqueles arquivos AVIs de baixa qualidade do port de 2007. Mesmo assim, nem todas as texturas estão perfeitas: é bastante visível quando nos deparamos com uma parede que não recebeu muita atenção dos desenvolvedores, principalmente porque ela acaba entrando em contraste com o resto do jogo.



Quanto aos 60 FPS, podemos dizer que ele ainda tem espaço para melhorias. Por um lado, a movimentação de Leon e dos inimigos parece mais natural e fluída, e a diferença é bastante considerável. Por outro lado, no entanto, o jogo a 60 FPS tem se mostrado cheio de slowdowns em diversos momentos, principalmente quando se tem muitos inimigos na tela. Muitos usuários têm reclamado em fóruns que seus computadores atingem com folga os requisitos mínimos, mas o problema ainda persiste. É provável que tudo seja uma falha na programação e que um patch resolva tudo. Até lá, a maioria dos jogadores vai preferir manter seus jogos aos 30 FPS originais. Não é tão fluído, mas pelo menos o jogo não demostra lentidão.

Os controles também foram adaptados para suportarem teclado e mouse. É um grande passo, considerando que o port original para computador não tinha isso, mas é aí que fica claro que Resident Evil 4 foi feito para ser jogado com um joystick. Controlar a câmera requer um pouco de prática, já que só é possível deslocá-la cerca de 30o em volta de Leon, e ela não serve para virar o personagem para os lados. Já mirar é um pouco estranho, considerando que não é possível andar e atirar no game e isso acaba confundindo em diversas partes. Depois de algum tempo jogando se pega o jeito, e os controles se mostram decentes. Porém, jogar usando um controle ainda é o mais recomendado. 

Ele só quer um abraço, Leon...

¡Détrás de tí, imbécil! 

Resident Evil 4 Ultimate HD Edition pode não ser nada revolucionário em questões de ports e remakes em alta definição, mas ao menos trata o jogo bem. Os gráficos ficaram ótimos, e se o problema dos slowdowns aos 60 FPS for resolvido, é possível que essa versão do game se mostre a melhor de todas até agora.

Não existe muito mais o que falar. Como já foi afirmado anteriormente, o game é exatamente o mesmo que foi lançado para o cubo roxo da Nintendo em 2005. Quem ainda guarda suas versões originais com carinho e cuidado não terá muita razão para obter Ultimate HD Edition. Já quem, por algum motivo, não tem mais como jogá-las, vai querer considerar a compra. E obviamente, quem nunca jogou essa pérola da Capcom tem a obrigação de conferir esse port em alta definição. Resident Evil 4 ainda é, com certeza, um dos jogos mais importantes da indústria atual de videogames.

Prós:

  • Gráficos em alta definição sensacionais;
  • Suporte para uso de teclado e mouse
  • É Resident Evil 4;

Contras:

  • Bugs e slowdowns quando roda a 60 FPS;
  • Não adicionou nenhum conteúdo novo;

Resident Evil 4 Ultimate HD Edition – PC – Nota: 8,0


Revisão: Leonardo Nazareth
Capa: Leonardo Correia 

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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