Resumimos a premiação da VGX 2013 para que você não precise gastar 3 horas assistindo-a

Acabou a primeira VGX, a reformulação da antiga VGA, ou Video Games Awards, que é algo como o “Oscar dos videogames”, se você quiser ver d... (por Bruno Grisci em 08/12/2013, via GameBlast)

Acabou a primeira VGX, a reformulação da antiga VGA, ou Video Games Awards, que é algo como o “Oscar dos videogames”, se você quiser ver dessa maneira. A primeira surpresa da noite foi o novo formato, que abandonou o espetáculo com um grande palco, uma grande platéia e todos aqueles efeitos de iluminação e shows por algo mais parecido com um talkshow num estúdio para a internet. Um longo talkshow de três horas.


O evento desse ano foi apresentado pelo ator e comediante Joel McHale (The Soup, Community) e pelo jornalista de games canadense Goeff Keighley, que faziam as entrevistas com convidados e introduziam os diferentes segmentos. Vamos pular as apresentações e ir diretamente para o anúncio do port do último Tomb Raider para o PS4 e Xbox One, com algumas melhorias técnicas e DLCs. E então a Lara apareceu num vídeo tentando confirmar a sua vaga entre os nomeados a personagem do ano, que eram uns dos momentos de alívio durante o programa.

Vamos tomar esse prêmio de Melhor Jogo de Ação e Aventura!
Depois disso NBA 2K14 ganhou o prêmio de melhor jogo de esporte, ok, e Assassin’s Creed IV de melhor jogo de ação e aventura. Situações engraçadas da vida. Você tem GTA V, The Last of Us e Tomb Raider, todos concorrentes a melhor jogo do ano, mas o melhor jogo da categoria deles é o único não indicado a Game of the Year.

Mas tudo bem, depois foi a vez do Reggie, presidente da Nintendo of America, todos de olho em qual seria a novidade que a Nintendo teria para apresentar na VGX. Sinceramente, não sei o que estávamos esperando, mas com certeza não era o anúncio de que o Cranky Kong será um personagem jogável em Donkey Kong Country: Tropical Freeze para Wii U. Para sermos justos, tudo que a Nintendo disse que faria era mostrar uma novidade sobre um jogo já anunciado, e a companhia não faz mais anúncios de peso nem na E3, então foi ingenuidade pensar que na VGX seria diferente, mas mesmo assim, com toda a expectativa gerada e rumores de um novo grande jogo, foi um verdadeiro balde de água fria, ainda mais com os apresentadores insistindo em perguntar se não havia mais nenhuma novidade e o Reggie desconversando. Pior ainda foi ele estar usando um broche de Metroid, tudo bem que deve indicar que teremos um novo jogo da franquia em breve, mas é maldade com os fãs. E a nossa linda redatora Luciana Anselmo jura que ouviu a música tema de Zelda tocar durante o evento mais tarde, tamanha a frustração.

Mas tudo bem, teremos tempo para novos jogos da Nintendo no futuro. Enquanto isso, pudemos ver um pouco de Quantom Break, para Xbox One, dos mesmos criadores de Max Payne e Alan Wake. Incrivelmente, isso tudo durou uma hora. Ou um terço da premiação. Provavelmente já teria sido o suficiente para mostrar tudo, mas tudo bem, vamos seguir adiante.

Na sequência, tivemos uma demonstração de South Park: The Stick of Truth, que você provavelmente irá querer jogar caso seja fã da série. E então o anúncio do vencedor do Game of the Year, feito por Trey Parker e Matt Stone, criadores da animação. Sim, no meio do show, o prêmio mais importante foi entregue, talvez para que quem estivesse interessado apenas nele pudesse ir fazer alguma outra coisa. Não que a vitória de GTA V tenha sido algo muito surpreendente, não é mesmo?

Sabem a Telltale Games, responsável pelo desenvolvimento do adventure de The Walking Dead? Eles devem estar com uma equipe bastante eficiente, pois anunciaram mais dois jogos, um baseado em The Game of Thrones (mas sem cenas de incesto, segundo o desenvolvedor) e Tales from the Borderland, em parceria com a Gearbox.

O próximo bloco foi o grupo humorístico Mega 64 falando algumas coisas sobre o mundo dos jogos que eu realmente não recomendaria que você escute caso seja fanboy de alguma coisa. Um pouco de Destiny, da Bungie foi mostrado, e então uma pequena reportagem sobre o torneio mundial de Donkey Kong que, na verdade, foi bem interessante. Por falar no assunto, existe um documentário chamado The King of Kong: A Fistful of Quarters, de 2007, que conta a história de rivalidade de dois jogadores de Donkey Kong disputando o recorde mundial, recomendo a todos os curiosos e interessados em cultura gamer em geral.

O que veio a seguir foi uma das únicas partes realmente agradáveis da noite, Tim Schafer falou de seu novo adventure que arrecadou mais de 3 milhões de dólares no Kickstarter: Broken Age. O jogo está lindo, a história parece ser bem legal também e tivemos a revelação de que  ator Elijah Wood será a voz de um dos dois personagens principais, Shay. Para terminar a segunda hora de evento, uma demonstração de todo o poder gráfico de Tom Clancy's The Division, que para sermos justos está de fato com uma aparência impressionante, e a vitória de Gone Home como melhor jogo independente do ano.

A terceira hora começou com zumbis. E por um bom tempo tivemos Dying Light rodando, um título que mistura parkour com mortos-vivos. Porque tudo fica melhor com mortos-vivos, pelo menos para a indústria de entretenimento. Mas o que mais chamou a atenção foi a performance do famoso youtuber PewDiePie enquanto jogava uma fase do game.

BioShock Infinite levou o prêmio de melhor shooter do ano. Isso deve dizer algo sobre a indústria de jogos, porque Infinite é um ótimo jogo, exceto pela sua mecânica de shooter. Pelo menos tivemos um vídeo legal de entrega do troféu dessa vez: diferentes empregados da Irrational receberam a notícia de que seriam os responsáveis pelo discurso de agradecimento. Num estúdio onde o Ken Levine faz praticamente toda a comunicação com a imprensa, ver as reações de espanto foi bem divertido. E os irmãos Lutece ganharam o título de melhor personagem, o que não posso dizer que não concordo.


Um dos melhores momentos foi a demonstração de No Man’s Sky, um jogo indie onde um universo inteiro é criado proceduralmente. Cada planeta, cada estrela que você vê pode ser explorada. Cada mundo possui um ecossistema e geografia próprios que determinam os perigos que o jogador enfrentará. E é multiplayer, com as mudanças que os outros jogadores fizerem de fato interferindo em como estarão os lugares que você encontrará, assim como as suas próprias ações modificarão o ambiente para todos os outros participantes. E tudo isso sendo desenvolvido por apenas quatro pessoas, realmente algo que chamou a atenção em meio à falta de graça da maior parte do resto do evento.

Pois bem, lembram qual jogo recebeu o título de Game of the Year? GTA V, certo. E quem ganhou o prêmio de melhor desenvolvedora do ano foi a Naughty Dog, estúdio de The Last of Us. Criar o melhor jogo não é o suficiente para garantir que se é a melhor em fazer games, Rockstar North, sinto muito. Se servir de consolo, a VGX terminou com um show de música com a trilha sonora do último Grand Theft Auto, mas não sem antes revelarem algumas novidades de Titanfall.

Não sei se foi um erro a mudança de formato da VGA para a VGX, pelo menos o evento está menos pretensioso em se achar um Oscar, mas é verdade que se perdeu parte do glamour. Mesmo assim, esse não foi o grande problema. Sendo sincero, foram três horas com muitas piadas sem graça, vergonha alheia, algumas perguntas constrangedoras aos entrevistados, outras respostas constrangedoras, comentários bizarros como “eu sento na privada de costas para comer e c**** ao mesmo tempo” ou “POTATOOOOES” e chatice, salvo as exceções mencionadas acima. Provavelmente a Nintendo foi até esperta de não revelar nada bombástico nesse show.

Prós

  • Tim Schafer e seu adventure Broken Age;
  • O jogo indie No Man’s Sky;
  • Alguns vídeos interessantes;
  • Vídeos dos personagens;
  • Algumas partes bem-humoradas.

Contras

  • Longo demais;
  • Ordem das premiações parecia não seguir nenhuma regra;
  • Uma certa falta de coerência;
  • Algumas entrevistas constrangedoras;
  • Reggie não anunciou um novo jogo;
  • Algumas cenas de vergonha alheia.
VGX 2013 - Nota: :v
Revisão: Luciana Anselmo

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. É parece que foi um evento bizarro mesmo!

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  2. pelo menos nao foi so a nintendo que nao trouxe nenhuma novidade bombastica, foi tudo sem graca mesmo

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  3. O evento foi uma porcaria, eu me senti super incomodado com aquele apresentador, tudo muito robotico, sem graça, sem contar que nem tivemos todas as premiações anunciadas no programa. Na boa, eu gastei umas 50 vidas das minhas 99 assistindo isso só pra dizer que vi até o final U.U

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