Análise DLC

O apocalipse apenas começou e a luta pela sobrevivência continua em The Walking Dead: 400 Days

Mais do que apenas um jogo de point ‘n click situado no meio de um apocalipse zumbi, The Walking Dead é um título baseado na série homôn... (por Unknown em 02/08/2013, via GameBlast)


Mais do que apenas um jogo de point ‘n click situado no meio de um apocalipse zumbi, The Walking Dead é um título baseado na série homônima de grande sucesso da atualidade que, antes de tudo, é uma jornada sobre pessoas e suas histórias. E no jogo esse elemento assume a categoria de característica principal, uma vez que cada decisão, por menor que seja, altera o desenrolar da história de cada personagem e da história em seu total. Composto de vários episódios que tratam do cotidiano de vários sobreviventes, The Walking Dead imitou o sucesso da série televisiva e apresentou personagens complexos com histórias envolventes para serem compartilhadas com os jogadores. Para complementar essa experiência, a Telltale Games lançou recentemente um conteúdo adicional para o jogo, intitulado 400 Days, trazendo mais personagens e histórias para a saga pela sobrevivência em meio ao caos de um mundo onde a sociedade está à beira da extinção.

5 histórias, 5 perspectivas

O DLC conta a história de cinco sobreviventes do apocalipse zumbi ao longo de 400 dias. E mais uma vez, prestigiando o poder de escolha do jogador, o conteúdo adicional permite um poder incrível de modelagem da história por detrás de cada clique do mouse. Desde a ordem em que o jogador prefere iniciar a história de cada sobrevivente (Vince, Wyatt, Russel, Bonnie e Shel) até as pequenas decisões e falas de cada um dos personagens, que podem definir caminhos diferentes em cada uma de suas trajetórias. O clima das histórias fica mais tenso e realista à medida que o jogador se vê em situações em que precisa tomar atitudes rápidas para prosseguir em sua jornada ou para garantir sua sobrevivência.

5 vidas interrompidas buscando socorro
 O jogador possui um poder completo de tomar as decisões que preferir e moldar a história da maneira que preferir. O mais interessante é que, sem conhecer muito da história de vida de cada personagem, cabe ao jogador formar o caráter e moral do mesmo dependendo das escolhas tomadas. Ao longo da história, descobrem-se alguns detalhes acerca do passado de cada sobrevivente e sobre a sua trajetória até o ponto em que a história de cada um se inicia no início do jogo, mas é nas mãos do jogador que o personagem será definido e sua história de sobrevivência se desenrolará.

Zumbis por todos os cantos é apenas um dos problemas dos sobreviventes
 Um detalhe curioso na história desses personagens tão cotidianos e simples, mas muito peculiares, é que ao contrário do que se espera de um jogo com o nome de “The Walking Dead”, os zumbis são, de longe, os personagens principais dessa trama. É certo que essas pragas ambulantes são verdadeiras ameaças e em diversos momentos da história eles causam problemas aos personagens, mas talvez os verdadeiros inimigos que realmente devem temer sejam eles mesmos e as outras pessoas que lutam desesperadamente para sobreviver. É impressionante perceber como o ser humano, mesmo lutando contra seus princípios morais e éticos mais básicos é capaz de realizar qualquer ato (por mais desesperado ou horrível que seja) para garantir sua sobrevivência. O maior desafio de qualquer um dos protagonistas de 400 Days é lidar com as outras pessoas, seus medos e preocupações e, o mais importante de tudo, saber em quem confiar.

Pequenas e grandes escolhas modificam o rumo da história

 Ainda existe esperança?

Depois de viver experiências curtas, mas intensas, na pele desses cinco sobreviventes, o jogador encara um final que pode ser propriamente dito para alguns ou apenas um recomeço para outros. A história dos sobreviventes culmina na união deles em um grupo que deixa fotos e informações em um quadro de uma lanchonete na beira da estrada, na esperança de que alguém venha em seu socorro.Não é explicado como se encontraram e estabeleceram um grupo para tentar sobreviver, mas o importante é que seu pedido de socorro é atendido por Tania, uma mulher que se diz integrante de um acampamento de resistência que busca sobreviventes para ajudar. A última decisão do jogador fica a cargo de decidir quem se arrisca a seguir Tania e sua promessa de comida, segurança e abrigo. E, independente da escolha do jogador, o destino final dessa história tão dramática é altamente influenciado pelas outras escolhas feitas ao longo do episódio.

Uma lanchonete abandonada é palco de algumas histórias
 O tamanho e o tempo de gameplay são aspectos que variam entre os DLCs. Por serem conteúdos adicionais de jogos, o objetivo desse pacote é adicionar novos elementos, além de expandir a história e outros detalhes da estrutura do jogo. 400 Days cumpre essa tarefa competentemente, porém o tempo curto de gameplay da história em seu total e de cada personagem podem decepcionar o jogador. Conhecendo o trabalho fantástico que a Telltale Games realizou em The Walking Dead, com o aprofundamento e complexidade dos personagens e de suas histórias (a pequena garotinha Clementine é apenas um exemplo desse caleidoscópio de crônicas do apocalipse), esperava-se algo parecido ou ainda melhor em seu DLC. Infelizmente, o que vemos nesse conteúdo adicional é personagens e histórias incríveis, mas fracamente explorados, além do tempo curto de duração do episódio, que pode ser completado em menos de 30 minutos.

Amigo ou inimigo? É difícil saber em quem confiar
 Para a alegria dos fãs e daqueles que se empolgaram com esse jogo tão envolvente, a Telltale Games já anunciou uma segunda temporada do jogo, por isso podemos contar que 400 Days possa ser considerado um prelúdio dessa nova fase da franquia, que pode ou não continuar o referenciar as histórias dos personagens já apresentados. Depois de concluir esse episódio adicional, nada melhor do que uma nova fase para saciar a vontade de conhecer o destino de personagens tão complexas e tão próximas à realidade.

Apesar das dificuldades, é preciso ter esperança, acima de tudo
Confira também a nossa análise desse DLC na próxima edição da Revista Playstion Blast.

Revisão: Marcos Silveira
Capa: Stefano Genachi

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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