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Análise: Faça parte de uma equipe de investigação criminal e tente se sentir como um policial em Criminal Case (Social)

Se você tem uma conta no Facebook, provavelmente recebeu nos últimos tempos um convite para mais um daqueles jogos sociais. Na verdade, se... (por Gabriel Toschi em 06/08/2013, via GameBlast)

Se você tem uma conta no Facebook, provavelmente recebeu nos últimos tempos um convite para mais um daqueles jogos sociais. Na verdade, se você está com a página da rede social aberta neste exato momento em outra aba do navegador, já deve estar aparecendo uma nova notificação sobre um novo jogo. Eles brotam aos montes, aparecem de tudo que é lugar, sobre todos os temas possíveis: sempre vão dar um jeito de criar novos jogos assim.

Porém, o mais comum é que você tenha alguma coisa para comandar, como uma fazenda, um estabelecimento comercial, uma vila ou algo neste estilo. A criatividade “falou” mais alto e com isso os desenvolvedores conseguiram encaixar investigação criminal em um jogo social. Essa é a premissa de Criminal Case, jogo disponível gratuitamente no Facebook. No momento em que pensei em como um jogo no estilo CSI poderia estar ali e que recebi mais de 8000 notificações e convites, decidi dar uma chance ao game.

Quem será o culpado?

Personalização do personagem
No jogo, você se torna um policial que integrará uma equipe de investigação criminal e que irá resolver diversos crimes pela cidade. Seu papel é vasculhar as cenas de crimes em busca de pistas, interrogar os suspeitos, usar seu kit para analisar algumas provas, decifrar códigos, mandar corpos e objetos para autópsia e análise; enfim, você é quem vai fazer 90% de todo o trabalho. Vamos combinar que não me parece uma ocupação tão justa assim, mas se é isso que temos de fazer, iremos fazer. E quando eu disse “estilo CSI” eu não estava sendo muito metafórico: se você é fã da série ou de qualquer outra que envolva este trabalho policial, é basicamente neste molde que Criminal Case anda.

Seu primeiro passo é criar seu personagem: escolha o sexo, a aparência e a roupa inicial. Outras opções de personalização aparecerão com o progresso do jogo e podem ser compradas usando uma moeda virtual ganhada digitalmente. Após isto, você é apresentado ao seu primeiro caso e, sempre, sua missão será visitar a primeira cena do crime disponibilizada para aquela parte da história e conseguir encontrar alguma pista. E é aí que começa a parte fundamental do jogo e, infelizmente, a mais tediante e esquisita.


Eu encontrei esse chiclete mastigado... Mas e as pistas?

Ao adentrar em uma cena do crime, você pode escolher um companheiro para te acompanhar. Você pode usar o personagem disponibilizado pelo próprio jogo ou qualquer outro amigo seu no Facebook que esteja jogando o game. De acordo com o nível da pessoa que escolher, você ganhará até cinco dicas durante a fase de coleta de pistas.

E, finalmente, começa a parte do jogo que você vai jogar até enjoar: para coletar pistas, você terá de encontrar determinados objetos em um cenário estático, cheio de objetos aleatórios espalhados. Sério, pode ser a cena de crime que você quiser, vai estar tudo bagunçado com muitos objetos fora de nexo, você deve encontrá-los e apenas alguns raros serão considerados “pistas” para continuar a história daquele caso.

Desafio: encontre uma estrela, um sorvete e uma poça de ácido. Viu como é difícil? E nada disso são pistas reais!
Este modo de jogo é interessante, mas se fosse necessário jogar apenas uma vez cada cena — ou cada vez que aparecessem pistas novas — estaria de bom tamanho. Mas este “minigame” de coleta de pistas é o único de todo o jogo que fornece estrelas, espécie de moeda necessária para realizar todas as demais ações na resolução do caso, como interrogar os suspeitos ou usar seu kit forense para analisar algumas pistas. Cada cena te rende até cinco estrelas, de acordo com o número de pontos que você acumula durante as jogatinas. Resumindo tudo: você deverá ficar encontrando objetos aleatórios em cenários totalmente bagunçados para conseguir usar o seu kit ou interrogar alguém. Não tem lógica mesmo.

As outras funções de um policial

Além da coleta de pistas, seu personagem pode realizar outras três funções básicas na resolução de um crime: interrogatório, envio para laboratório e utilização do kit forense. Ao interrogar algum suspeito do caso, você simplesmente ouvirá o que ele tem a dizer para continuar a história. O envio para o laboratório é o único aspecto que depende de tempo real, já que, ao enviar um objeto ou corpo para autópsia, você deverá esperar alguns minutos ou horas para que o resultado esteja pronto. A não ser que utilize uma terceira moeda disponível no jogo, que só pode ser comprada utilizando dinheiro real.


O kit forense, entretanto, guarda um pouco da diversidade de jogabilidade de Criminal Case. Se algumas pistas são enviadas ao laboratório, outras são analisadas por você mesmo em alguns mini-games simples. Uma lata de lixo se torna um desafio de retirar objetos na frente de sua pista e um número de telefone apagado se torna um clássico puzzle de códigos: tudo isto para ser feito no menor tempo possível. Quebra a monotonia da coleta de pistas, mas tem a necessidade de estrelas para ser jogado, o que tira um pouco da graça.

Durante a passagem pelo caso, você consegue descobrir algumas características do suspeito: se ele tem um dente faltando, se é destro, se usa algum tipo de roupa especial. Por mais que algumas destas conclusões sejam simples demais para uma equipe de investigação criminal, são elas que dirão qual suspeito é realmente culpado. E, ao final do caso, você pode gastar mais uma estrela (!) para encontrar a pessoa que se encaixa em todas as características do réu.

As funções sociais

Se analisarmos Criminal Case até aqui, veremos que ele se assemelha muito a um jogo comum, porém, ele está no Facebook e sofre daquele mal dos “jogos sociais”, nos quais todos têm que se ajudar e você precisa chamar o maior número de pessoas para jogar também. O aspecto mais visível é o sistema de Energia: cada cena de crime que você visita demanda um gasto de energia e só existem três formas de recuperá-la; esperando muito, já que um ponto de Energia é recuperado depois de 2 minutos, comendo algum alimento comprado com dinheiro real ou ganhado raramente em missões ou bônus diários (quando se entra todos os dias para jogar) ou pedindo aos amigos.

Um jogo social não é um jogo social se você não tiver que “pedir alguma coisa” aos seus amigos e encher a tela deles de notificações. Além de energia, ao avançar para novos casos, você precisará pedir Relatórios aos seus amigos. Ou eles clicam no botão e aceitam a notificação, ou você não prossegue no jogo.

Pelo menos, Criminal Case tem uma opção louvável no desenvolvimento de jogos sociais: ao enviar as notificações, você pode escolher enviar para todos os seus amigos do Facebook ou apenas para seus “colegas de profissão”, aqueles que já jogam. Afinal, quem já joga não ficaria estressado em receber notificações e você não precisaria incomodar seus amigos que não jogam games sociais. Um exemplo a ser seguido.

Se você gosta de um bom game social, de um jogo de procura de objetos ou não aguenta mais aquelas notificações de Criminal Case, dê uma chance a ele. Não é o melhor jogo social disponível atualmente no Facebook, mas é bom para passar um tempo, principalmente se você fica horas e horas vendo aquele mural de notícias que não tem nada novo. 

Prós


  • Boa adaptação das histórias criminalísticas para um jogo social;
  • Mecânica de coleta de pistas bem feita;
  • Minigames de kit forense quebram a monotonia;
  • Capacidade de mandar convites apenas para jogadores.

Contras


  • Mecânica de coleta de pistas é muito repetitiva;
  • Utilização de estrelas para fazer tudo é ilógica e irrita um pouco.


Criminal Case - Social (Web) - Nota: 7.0

Revisão: Leonardo Nazareth
Capa: Felipe Araujo

sempre com projetos criativos, estranhos ou os dois ao mesmo tempo. desenvolvedor de software, game designer e escritor sobre as coisas que eu gosto.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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