Blast Test

A combinação perfeita entre pancadaria e belas lutadoras em Skullgirls (PC), veja o que está rolando no Beta e alimente seu hype!

Skullgirls não é um jogo exatamente novo. Já mostrou suas caras nos consoles fazendo estreia na PlayStation Network e no Xbox Live Arcade... (por Érika Mitie Honda em 21/08/2013, via GameBlast)

Skullgirls não é um jogo exatamente novo. Já mostrou suas caras nos consoles fazendo estreia na PlayStation Network e no Xbox Live Arcade em versão digital em abril de 2012. A versão japonesa foi disponibilizada na PSN somente em fevereiro de 2013 para os asiáticos e, depois de situações conturbadas e muitos sacrifícios, a versão de PC chega para a alegria da maioria dos jogadores ocidentais.

Uma breve história

Skullgirls nasceu da ideia de Alex Ahad sobre um jogo de luta que gostaria de fazer. Alex fazia a arte conceitual de um elenco de personagens femininas desde a época do colégio. Como obra do destino, conheceu Mike Zaimont, um fanático por jogos de luta e conhecido em torneios como Mike Z. Mike estava desenvolvendo uma engine própria para jogos de luta. Da amizade fez-se uma parceria e daí nasceu Skullgirls.

Quase que o sonho de criar Squigly não se torna realidade
A versão para PC foi prometida somente para 2013, e isso é explicado pelas dificuldades e turbulências sofridas pelo time. Resumidamente, a publisher sofreu um processo que levou à descontinuidade do financiamento de Skullgirls. Como a vontade do time era tamanha para dar continuidade às promessas feitas aos fãs, um projeto foi levantado em crowdfunding para criação de um novo personagem, através do site indiegogo. O valor mínimo foi atingido em menos de 24 horas, um novo recorde. Apesar de críticas e polêmicas, Skullgirls para PC está muito próximo de ser lançado e, enfim, disponibilizado para a grande massa de jogadores.

Enfim, a versão beta!

O jogo precisou ser refinado e amplamente atualizado para ser trazido aos computadores domésticos. Muitas mecânicas foram melhoradas e novidades, como suporte a diferentes idiomas, foram incluídos no elenco. Mas, para fazer valer a nova versão, personagens novos foram adicionados ao elenco. A princípio, um personagem entraria para o grupo de lutadores: Squigly. Mas, com o sucesso do crowdfunding e o atingimento precoce da meta, novos personagens e outras adições foram sendo prometidas aos fãs. Surpreendentemente todas as metas propostas foram alcançadas e agora o elenco conta também com Big Band, o primeiro personagem masculino de Skullgirls. Outros personagens escolhidos por votação e que estarão disponíveis futuramente são: Robo-Fortune, Eliza, e Beowulf, totalizando em 5 os novos personagens da versão para PCs.


Na versão beta, somente Squigly aparece jogável, além dos personagens originais: Filia, Cerebella, Peacock, Parasoul, Ms. Fortune, Painwheel, Valentine e Double. Todas possuem histórias próprias e profundas que podem ser conferidas no “modo história”.

Squigly: elegante, dinâmica, rápida e tem um dragão muito legal!
Squigly estará disponível gratuitamente durante os três primeiros meses decorridos do lançamento! Após esse período, retorna ao estado original de DLC. Considere isso como um presente aos fãs que apoiaram o projeto no indiegogo com tanta intensidade e a todos os jogadores.

Muito mais do que 2D, uma obra de arte!

Vamos entender o background do time de desenvolvimento: o time é composto por ocidentais, não orientais, como a esmagadora maioria dos jogos do gênero; artistas que compõem o time possuem histórico em empresas de desenho e animação, com grandes influências da Disney e de desenhos das décadas de 20 e 30; existia um grande desejo de se criar algo único e belo, influenciado por esses artistas da vanguarda; 2D é arte.

Peacock, forte influência de Gato Félix e Betty Boop
Juntando tudo isso, vemos nascer uma das artes mais magníficas em jogos, se não a mais elegante no gênero de luta. Com gráficos feitos à mão, usando somente desenho tradicional e pintura manual, é difícil não se apaixonar.

Belas animações em idle
Em um jogo de luta 2D padrão, cada personagem possui uma média de 500 frames de animação, mas em Skullgirls os personagens têm em média 1300 frames, todos criados à mão! Em The King of Fighters XIII, último título da série, os gráficos são 2D, mas fazem uso do tradicional “cheat” de se usar modelagem 3D como base para só então desenhar os contornos. Entusiastas conseguem notar a diferença, eu consigo!

O resultado são animações fluidas e detalhadas, com tudo se mexendo, e não parcialmente estáticas, como costumam ser os sprites 2D. É como se você estivesse assistindo a um dos antigos filmes da Disney, ou a uma animação do Studio Ghibli. Você irá gastar momentos com o personagem em “idle” para ver seus movimentos. É de encher os olhos de lágrimas.

Preparem os dedos para uma guerra frenética com o joystick

Certo, certo. Vamos ao gameplay. Skullgirls foi originalmente construído com base na mecânica de jogos como Marvel vs Capcom, então espere por lutas frenéticas e malucas, combos e tags.

Em uma batalha padrão, você contará com até três personagens, cada um com um estilo de luta diferente, e fará uso da dinâmica de times com o que conhecemos por “team tag”. Ao contrário de outros jogos, em Skullgirls você poderá decidir o número de lutadoras que farão parte do time, seja um, dois ou três personagens. O tamanho faz variar o poder e resistência dos personagens, o que traz um ótimo balanceamento ao jogo, além de abrir um grande leque de possibilidades e estratégias ao gameplay.

Escolha até três personagens, suas cores e sua habilidade de assistência
Os 9 personagens, incluindo Squigly, encontram-se disponíveis para a pancadaria na versão Beta. Aqui temos a variedade de todo jogo de luta: golpes de longa distância, golpes potentes mas lentos, agarrões, puxões, projéteis, magias, etc. Fica a critério do gosto do jogador. Uma infinidade de cores podem ser escolhidas por personagem, e muitas delas foram baseadas propositalmente em outros jogos de luta.


A luta é acelerada e frenética. Golpes rápidos criam a atmosfera da batalha e longos e (quase) infinitos combos fazem os jogadores delirar. Como os três personagens dividem o mesmo limite de tempo, é esperado que cada luta termine rapidamente, e vemos isso pelos longos combos executados por jogadores experientes. Um aspecto interessante de Skullgirls é que praticamente tudo é “combável”, ou “cancelável” no linguajar de jogos de luta. Isso possibilita uma variedade imensa de se criar combos diferentes e traz uma facilidade aos jogadores novatos. Executar combos astronômicos, porém, pede muita dedicação e treino, como todo jogo de luta.

Combos aéreos serão frequentes
Os golpes são de execução simples, o que torna o jogo extremamente acessível. Não há necessidade de complicar as coisas na hora de executar um especial. Existe a falsa idéia de que cada vez mais o jogador experiente precisa de mais desafios, pois “já se acostumou”. Sabemos que um jogador esforçado irá dominar os comandos em poucos dias, não importa a dificuldade. Isso só cria uma barreira para jogadores novos.

Domine o modo arcade e detone no online

O Beta disponibiliza apenas a versão Arcade e multiplayer online e local. Modo história fica para a versão completa do jogo. No tradicional modo Arcade você batalha contra uma sequência de lutadores controlados pela IA até enfrentar o chefe final, que nesse caso é Marie, a Skullgirl.

O modo singleplayer inclui história e arcade. Para o Beta somente o arcade.

Todos os personagens são formidáveis e a variedade de estilos transforma o jogo em uma experiência desafiadora. Porém, não posso dizer o mesmo do chefe. Marie é o típico oponente final que ganha mais na quantidade de HP do que em desafios. Lutar contra ela chega a ser irritante, combos e agarrões não funcionam, deixando de lado boa parte da estratégia e tática de luta. Com um HP gigante e objetos voadores atrapalhando sua vida. Você começará a atacá-la freneticamente na esperança de terminar a luta antes do contador chegar a zero, evitando uma vitória (ou derrota) decepcionante. O modo multiplayer é sempre o mais jogado em jogos de luta, assim, o fator Marie pode ser esquecido.

Marie não deixa de ser uma chefe pomposa
O modo multiplayer, seja online ou local, oferece todos os personagens para sua livre escolha. Ao escolher um personagem, você poderá definir a cor e o ataque que o mesmo fará nas assistências. Os cenários a escolher são belíssimos e o charme e detalhismo farão você perder momentos admirando a tela.

Um aspecto importante a se notar é que o jogo utiliza o sistema GGPO para partidas online. Para os que estão acostumados com jogos de luta, em especial aqueles que curtem partidas online de jogos antigos, estarão comigo quando digo que isso faz toda a diferença! Uma constante decepção em jogos atuais é o netcode, que influencia a comunicação entre jogadores online e consequentemente a performance. A internet no Japão pode não apresentar os problemas que nós, mortais brasileiros (e americanos) sofremos com lag. Assim, pouco se evolui em jogos japoneses nesse quesito. Já com GGPO a jogatina online promete ser muito mais fluida, sem lag e mais justa. A experiência que tive com o modo online foi fenomenal, como se você estivesse jogando com alguém ao seu lado. GGPO é mágico.

Para o multiplayer, contamos com jogatina local e online e um modo torneio
Há ainda o modo torneio, para tornar as jogatinas online ainda mais divertidas e o modo tutorial que irá apresentar os conceitos de jogos de luta, as dinâmicas de Skullgirls e uma introdução aos combos.


Squigly é a nova personagem do jogo e traz um estilo de luta muito interessante. Seu parasita dragão permite puxar o adversário e quebrar sua defensiva, possui uma ótima performance tanto à longa distância quanto corpo a corpo. O dragão ainda acrescenta magias ao seu arsenal de ataques que também incluem projéteis que garantem combos formidáveis. Os golpes blockbusters são belos e arrasadores.

Skullgirls em tupiniquim

Uma novidade ótima para nós, brasileiros, é uma recente atualização do Beta, que oferece apoio ao idioma português-brasileiro. Todos os textos e menus do jogo foram traduzidos para nossa querida língua. Bem sabemos que o trabalho de localização requer um certo esforço e cuidado, e que nem sempre resulta em um trabalho perfeito. Existem algumas falhas aqui e ali na versão Beta, mas certamente serão atualizadas no decorrer do tempo. Skullgirls sempre mostrou-se extremamente receptivo à comunidade de jogadores, o que nos dá esperanças de constantes correções.

E por falar em atualizações, algo que muito nos orgulha é o intenso trabalho e preocupação em atender aos fãs e jogadores. A versão Beta recebe atualizações quase diariamente, sempre corrigindo algo e trazendo melhorias. A atenção dada aos jogadores durante o projeto em crowdfunding foi imensa, oferecendo informações e pedindo opiniões com uma transparência formidável.

Conquistando uma lenda

Michiru Yamane, compositora da famosa série Castlevania, é a responsável por toda a trilha sonora de Skullgirls. Para um jogo indie, isso é um fato incrível. Mas, para Peter Bartholow, CEO do Lab Zero Games, não deveria ser um espanto. “Nós realmente tentamos” explica. Não existem tantas barreiras e misticismos por trás dos compositores japoneses, a questão é que poucos chegam a tentar.

Michiru Yamane, compositora de Castlevania, Suikoden, e agora Skullgirls!
Michiru foi a escolha certeira para compor a trilha sonora por possuir um estilo que combinaria perfeitamente com Skullgirls. As primeiras faixas de demonstração foram rapidamente aceitas e definiriam toda a maravilhosa trilha sonora que compõe o jogo.

Eles tiveram que usar seus contatos no Japão e se virar com as diferenças culturais para fazer as negociações e garantir a comunicação e o acompanhamento das canções para o jogo. Skullgirls marca a primeira vez que uma desenvolvedora ocidental faz contrato com um compositor japonês.

Skullgirls… já está aí!

Skullgirls lança oficialmente no Steam no dia 22 de agosto, ou seja, amanhã! Embora muitos já estejam experimentando a versão Beta, vale a pena dar uma boa espiada no jogo se você for um perdido de viagem, principalmente se você for fã de jogos de luta, ou fã de excelentes gráficos em 2D, com toda sua beleza e riqueza em detalhes.

Não deixe de conferir Skullgirls e suas belas garotas! Veja no vídeo abaixo o que você estará perdendo.


Revisão: Leonardo Nazareth
Capa: Diego Migueis

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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