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Análise: Pitfall! (iOS)

Em 1982, o Atari reinava com diversos jogos que divertiam, e muito, a galera gamer da época. Um dos games mais famosos a ser lançado para o ... (por Alberto Canen em 15/12/2012, via GameBlast)

Em 1982, o Atari reinava com diversos jogos que divertiam, e muito, a galera gamer da época. Um dos games mais famosos a ser lançado para o console foi Pitfall, que contava com um personagem estilo Indiana Jones, que precisava correr sem parar desviando dos obstáculos, como jacarés e escorpiões. Para comemorar os 30 anos do jogo, a Activision resolveu preparar um reboot todo especial para os fãs, donos de aparelhos com sistema operacional iOS (4.3 ou superior), distribuído de forma gratuita na App Store. Agora, que você ficou interessado, confira se pode comemorar ou lamentar esse presente de aniversário.

Se você estava esperando aquela mesma jogatina de antes, pode esquecer. O jogo está totalmente diferente. O joguinho de gráficos 2D pixelizados, com um personagem correndo lateralmente deu espaço para um game 3D, com movimentação em diversas direções e gráficos em alta definição. Mas, ao contrário do que possa parecer, o espírito da primeira versão permanece intacto. Os escorpiões, cobras e demais desafios ainda podem ser encontrados pelo caminho, você continua tendo que passar por eles e continuar correndo sem parar.

Pitfall de 1982 do Atari: um clássico de respeito

Corrida do templo

Se você vem acompanhando os jogos para iOS, certamente já conhece Temple Run, um joguinho viciante que estabeleceu um novo gênero: o de corrida 3D sem fim. Pitfall! se enquadra perfeitamente nesse estilo de jogatina, mas não é uma mera cópia barata, conta com uma maior variedade de coisas para fazer, ângulos diferentes - ora por trás do personagem, como em Temple Run, ora com uma visão lateral, quase como na versão para Atari - e um visual cartunesco melhor trabalhado.

Visão mais lateral

Visão por trás mais moderna
Os controles são muito parecidos também, com o personagem Harry correndo sem parar, deixando você encarregado do restante da movimentação, que é bastante intuitiva por sinal. Para se movimentar de um lado para o outro, basta girar o seu aparelho nessa direção; se você precisar pular, basta passar o dedo na tela de baixo para cima; para deslizar, passe o dedo no sentido contrário; e para usar o seu chicote, dê um toque na tela. Simples assim, como todos os controles de smartphones e tablets deveriam ser (não há nada pior do que aqueles imprecisos controles virtuais).

Os desafios são muitos: pular por precipícios, saltar por rochas, chicotear cobras e escorpiões. Quando não dá para pular um obstáculo, será necessário passar por baixo dele. Em alguns momentos, para quebrar a rotina de correr sem parar, Harry poderá pilotar uma moto, andar em um carrinho de mina e ainda receber ajuda de animais, como pássaros e jaguares.

Essa moto não tinha antigamente: ela ajuda a sair da mesmice

O preço da vitória

Esse estilo de jogo tem um infortúnio: a cada game over, que acontecem com um único golpe levado, você começa tudo do início. Depois de correr muito, desviar de obstáculos diversos, chicotear serpentes etc., por um mero descuido que seja, tudo vai por água abaixo. É difícil não ficar com aquele sentimento de frustração em saber que precisará começar tudo de novo, mesmo que o percurso seja aleatório e que haja bifurcações pelo caminho que evitam que o trajeto seja necessariamente o mesmo.

Quantas vezes o jacaré já foi seu algoz?
É bem verdade que Pitfall! oferece opções de checkpoint, desde que você compre Macaw Tokens na lojinha do jogo. Eles podem ser comprados com diamantes e a outra moeda do jogo. Ambos são encontrados durante a jogatina ou podem ser comprados diretamente na loja do game (compra in-app). Esse tipo de solução é bem comum em jogos fornecidos gratuitamente, mas quando atingir uma melhor colocação na tabela de pontuação é um dos maiores objetivos, não há como negar que essa é uma péssima ideia, já que não deixa de ser uma forma de trapacear. Quem deve vencer é quem tem mais dinheiro para comprar continues ou aquele que tem mais habilidade para ir mais longe? E a lojinha ainda conta com outros "produtos", como o Life Tonic, que revive Harry imediatamente caso ele morra - assim até eu (!).

Lojinha de power ups e upgrades

Homenagem a um clássico

Apesar dos problemas, a Activision fez um excelente trabalho em trazer um jogo de 1982 para 2012. Claro, as mudanças foram muitas e não foram tão originais - na medida que foi copiada a fórmula usada por Temple Run. Mas isso não impediu que ela desse um toque único ao game, de forma a trazer todos os elementos que podiam ser encontrados na primeira versão do Atari. Seja pela nostalgia ou simplesmente pela aventura, esse é um jogo que diverte bastante e foi uma bela homenagem a um eterno clássico.


Prós

  • Gratuito;
  • Nostalgia pelos velhos tempo do Atari;
  • Controles intuitivos.

Contras

  • Game over com apenas um golpe;
  • Compras in-app de continues e outras facilidades, que fazem o jogo não ser totalmente gratuito e criam uma forma de trapacear;
  • Estilo não é original, copiando a fórmula de Temple Run.
Pitfall! - iOS - Nota Final: 7.5
Visual: 7.5 | Som: 7.0 | Jogabilidade: 7.5 | Diversão: 7.5
Revisão: Catarine Aurora

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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